Diante do avanço persistente da inflação e da atividade econômica acima das expectativas, o Itaú revisou suas projeções e agora estima que a taxa Selic alcance 15% ao final do ciclo de aperto monetário em 2024. A projeção anterior do banco era de 13,5%, mas o cenário de risco forçou uma revisão para cima.
Na visão do Itaú, o Banco Central deverá realizar dois aumentos consecutivos de 1 ponto percentual em janeiro e março de 2024. Em maio, o movimento deverá ser um pouco mais moderado, com uma alta adicional de 0,75 ponto percentual, finalizando o ciclo de ajustes na taxa básica de juros.
Selic a 15% até o final de 2025 e previsões para 2026
O banco acredita que a Selic permanecerá no patamar de 15% até o final de 2025, um cenário que reflete o desequilíbrio nas expectativas inflacionárias e um ambiente de incerteza econômica.
“Ainda há riscos assimétricos no balanço da inflação. Portanto, não podemos descartar um ciclo de alta ainda mais agressivo”, destacou a equipe de economistas do Itaú, liderada por Mario Mesquita, ex-diretor do Banco Central.
Para 2026, o Itaú projeta um alívio gradual, com a taxa Selic recuando para 13% ao longo do ano. Isso dependerá, no entanto, de uma melhora substancial nas expectativas de inflação e de uma redução das pressões de demanda na economia.
Por que a Selic pode continuar subindo?
A revisão para cima nas projeções ocorre em um momento delicado, marcado por uma forte deterioração das expectativas de inflação. O Banco Central precisará de medidas robustas para conter os preços e evitar que a inflação fuja ainda mais da meta estabelecida.
Além disso, a surpresa com a atividade econômica, que segue aquecida, tem dificultado o trabalho do BC de trazer a inflação para níveis mais baixos, ampliando a necessidade de juros elevados por um período prolongado.