Com a expectativa de retornos acima da média no S&P 500 em 2024, muitos investidores brasileiros estão em dúvida sobre onde alocar seus recursos no mercado norte-americano. Em um cenário que mescla oportunidades e riscos, especialistas alertam que é essencial conhecer o perfil de investidor e estar preparado para as oscilações do mercado.
“O investidor precisa ter clareza do seu perfil de risco e conseguir dormir tranquilo mesmo com quedas de 10%, 15% ou 20% nas ações”, explicou William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue durante a programação ao vivo da BM&C News. Segundo ele, mesmo empresas bem posicionadas, como Tesla, NVIDIA e Novo Nordisk, enfrentaram quedas de 30% em relação às máximas recentemente. Essa volatilidade é comum na renda variável e deve ser considerada ao montar uma carteira dolarizada.
Retornos esperados: renda fixa ou ações nos EUA?
Nos últimos 10 anos, o dólar apresentou valorização média de 10% ao ano. Ao combinar esse desempenho com os juros da renda fixa americana, atualmente em torno de 4% a 5% ao ano, o retorno em reais alcança entre 14% e 15% anuais.
Por outro lado, o mercado de ações nos Estados Unidos, historicamente, tem potencial de retorno em torno de 20%. “Esse número é elevado, mas reflete o desempenho real dos últimos anos”, destacou o especialista, ao ponderar sobre a diferença entre renda fixa e variável.
Investimentos em 2024: prepare-se para eventos imprevisíveis
O mercado financeiro dos EUA está sujeito a momentos de instabilidade, como ocorreu em 2023, com a quebra do Silicon Valley Bank e a alta dos títulos de dívida, que chegaram a 5%. “Panic events vão acontecer ao longo de 2024, e o investidor precisa estar preparado para enfrentar essas oscilações”, alertou Castro Alves.
Para quem está iniciando no mercado internacional, a recomendação é entender o equilíbrio entre risco e retorno, além de manter o horizonte de longo prazo.
A decisão entre renda fixa e ações depende do perfil de risco e das expectativas do investidor. Quem busca maior segurança tende a se inclinar para a renda fixa, aproveitando a valorização do dólar, enquanto investidores com maior tolerância ao risco podem alocar parte da carteira em ações.
“O retorno final depende de dois fatores: o desempenho do dólar e da bolsa americana. É importante ter essa clareza antes de montar sua estratégia”, concluiu o estrategista-chefe da Avenue.