Nesta sexta-feira (13), a cotação do dólar está oscilando acima dos R$ 6. Mas a maioria das instituições não apostaram na desvalorização do real. Grandes nomes do mercado como XP Investimentos e BTG Pactual apostam em um cenário consideravelmente otimista, prevendo o câmbio em R$ 4,80 e R$ 4,90, respectivamente, ao final do ano. Cenários de instabilidade fiscal, taxa de juros elevada e tensões políticas continuam pressionando a moeda brasileira, tornando a recuperação projetada por XP e BTG altamente questionável.
Instituições mais conservadoras, como o Morgan Stanley (R$ 5,30) e o C6 Bank (R$ 5,50), apostaram em um câmbio mais próximo das condições atuais do mercado, mas mesmo assim, bem distante do patamar real. De acordo com estimativas coletadas entre 11 e 29 de dezembro de 2023, o mercado apresenta divergências significativas em relação ao futuro da moeda americana.
Veja as cinco piores projeções:
- Perservera: R$ 4,25
- Rio Bravo Investimento: R$ 4,50
- Gauss Capital : R$ 4,65
- Veedha Investimentos: R$ 4,70
- Bradesco: R$ 4,70
O que explica:
Para Marco Saravalle, estrategista-chefe da MSX Invest, as projeções cambiais de 2024 ilustram uma dispersão significativa entre os analistas, com algumas estimativas excessivamente otimistas em relação ao desempenho da economia brasileira. “Muitos economistas e corretoras adotaram um otimismo extremo com o governo e os ativos brasileiros, mas esse cenário nunca se concretizou, e o real valorizado ficou muito distante da realidade. O resultado deste ano é um alerta importante para que investidores e analistas adotem uma postura mais cautelosa, evitando embutir vieses econômicos ou políticos nas projeções futuras, principalmente no câmbio,” afirmou Saravalle.