O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou de forma enfática que ele é “o plano A, B e C” para as eleições presidenciais de 2026. A declaração foi dada em entrevista à Rádio Gaúcha na última sexta-feira (6). Ele descartou indicar um substituto, apesar de seu filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se colocar como uma possível alternativa ao Planalto.
“Enquanto eu não morrer, física e politicamente, sou eu mesmo. O plano A sou eu, o plano B sou eu também e o plano C sou eu”, afirmou o ex-presidente, reforçando que somente após sua “morte política ou física” consideraria outro nome.
Inelegibilidade até 2030 não impede discurso político
Bolsonaro enfrenta um cenário complexo para viabilizar sua candidatura. Ele está inelegível até 2030 devido a condenações pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A primeira condenação ocorreu em junho de 2023, por abuso de poder político e uso indevido de meios de comunicação. Este caso específico refere-se à reunião com embaixadores, onde ele atacou, sem provas, o sistema eleitoral brasileiro.
Outro julgamento em outubro de 2023 manteve a inelegibilidade ao concluir que Bolsonaro utilizou as comemorações de 7 de setembro em 2022 para promover sua campanha eleitoral.
Apesar dessas decisões, o ex-presidente continua articulando sua posição política e aposta em mudanças legislativas ou mesmo em uma possível anistia para disputar novamente.
Eduardo Bolsonaro como plano alternativo
Dois dias antes da declaração do ex-presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro afirmou que poderia ser o “plano B” do grupo político. No entanto, o parlamentar ressaltou que o foco continua sendo a volta do pai ao cenário eleitoral: “O plano A é Bolsonaro, posso ser o plano B”, declarou em entrevista à Folha de S.Paulo.
Bolsonaro também confia na tramitação de um Projeto de Lei na Câmara dos Deputados que propõe anistia aos envolvidos nos atos violentos de 8 de janeiro de 2023. Sendo assim, embora o texto ainda não inclua o nome do ex-presidente, sua base aliada acredita que a aprovação desse projeto poderia abrir caminho para medidas que favoreçam sua reintegração política.
Em suma, a tramitação do PL, no entanto, encontra resistência. Dessa forma, o cenário ficou mais difícil após o atentado contra o Supremo Tribunal Federal (STF) em novembro e o avanço do inquérito da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe de Estado pós-eleições de 2022.