No cenário econômico brasileiro de 2024, os fundos imobiliários, representados pelo Índice de Fundos Imobiliários (Ifix), têm enfrentado desafios significativos. Após um outubro marcado pelo pior desempenho histórico, com uma queda de 3,06%, novembro também não trouxe alívio, encerrando com uma desvalorização de 2,11%. Esse contexto se desenrola em um momento de importantes decisões políticas e econômicas, tanto nacionais quanto internacionais, afetando diretamente o ambiente de investimentos.
As eleições nos Estados Unidos, que resultaram na reeleição de Donald Trump, e as políticas econômicas subsequentes marcaram o início de novembro. O governo americano, focado em incentivar o setor privado e reduzir impostos corporativos, impactou diversos setores globais e os investidores estavam atentos aos desdobramentos internos e externos desse cenário. Além disso, a expectativa em torno das taxas de juros e decisões do Federal Reserve manteve mercados em alerta.
Quais fatores influenciaram o Ifix em novembro?
Vários componentes contribuíram para a volatilidade do Ifix em novembro. Nos Estados Unidos, o Federal Reserve decidiu cortar as taxas de juros em mais 25 pontos-base, buscando ajustar a política monetária ao novo cenário econômico. Apesar de esperado, o corte gerou expectativas mistas sobre o impacto nas economias emergentes. No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) intensificou a política monetária ao elevar a Selic para 11,25%, favorecendo investimentos em renda fixa perante ativos de risco, incluindo fundos imobiliários.
Simultaneamente, a introdução do pacote fiscal pelo governo brasileiro, liderado por Fernando Haddad, trouxe medidas substanciais de contenção de gastos, como a limitação de emendas parlamentares e ajustes no imposto de renda, que visam equilibrar as contas públicas. Esta iniciativa, embora prometendo economizar bilhões, ainda provocou reações adversas nos mercados, acentuadas pela fraca reação do mercado de FIIs e a desvalorização do Ibovespa.
Quais fundos imobiliários são recomendados para dezembro?
Mesmo diante das adversidades, alguns fundos imobiliários se destacam como oportunidades de investimento para dezembro. Analistas da EQI Research apontam para investimentos em fundos de renda urbana e shopping centers, ressaltando que, apesar da volatilidade de curto prazo, esses segmentos oferecem potenciais retornos interessantes. A Empiricus, por outro lado, vê valor em categorias de recebíveis, especialmente em ativos atrelados ao CDI e IPCA.
Consultorias e corretoras identificaram fundos como BTG Logístico (BTLG11), TRX Real Estate (TRXF11), RBR Rendimento High Grade (RBRR11), e Kinea Rendimentos (KNCR11) como promissoras adições para carteiras em dezembro. O XP Malls (XPML11) também figura entre as principais recomendações, destacando-se pelas boas perspectivas para shoppings.
Quais são as perspectivas para 2025?
O início de 2025 traz consigo um cenário econômico ainda incerto, porém com expectativas de estabilização econômica e ajuste dos mercados. Com o aporte de políticas monetárias e fiscais, tanto nos EUA quanto no Brasil, o foco dos investidores em fundos imobiliários deve se adaptar às novas realidades de mercado. Há um otimismo cauteloso de que aquisição estratégica de ativos, especialmente nos segmentos de renda urbana e logística, pode proporcionar bons retornos futuros em condições de mercado mais favoráveis.
À medida que os investidores se preparam para o ano seguinte, a diversificação e análise cuidadosa de oportunidades continuarão sendo estratégias cruciais para navegar em um ambiente econômico dinâmico e desafiador. Com o possível alívio das pressões inflacionárias e juros estabilizados, os FIIs podem recuperar parte de seu valor perdido, tornando-se alternativas viáveis para o crescimento patrimonial.