O Senado Federal pode dar um passo decisivo nas próximas semanas ao votar o projeto de lei que legaliza cassinos e jogo do bicho no Brasil. A proposta, que já passou pela Câmara dos Deputados e foi aprovada pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, busca regularizar essas atividades no país.
A aprovação sem mudanças no texto levaria o projeto diretamente à sanção presidencial, pavimentando o caminho para uma nova era nos jogos físicos no Brasil. A proposta inclui a criação de cassinos integrados a grandes complexos de lazer e regulariza o jogo do bicho, que deixaria de ser considerado uma contravenção penal.
Incoerência entre jogos online e físicos preocupa parlamentares
Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, destacou que há um sentimento de incoerência entre os senadores quanto à permissão de apostas online enquanto os jogos físicos permanecem proibidos.
“Essa é uma discussão essencial. O Brasil permitiu apostas esportivas via celular, mas ainda não legalizou cassinos e outros jogos físicos. Muitos parlamentares estão movidos por essa questão de equilíbrio”, declarou Pacheco.
As apostas esportivas online foram regulamentadas no Brasil em 2018, mas a expansão para modalidades como caça-níqueis virtuais só aconteceu em 2023. Enquanto isso, cassinos e jogo do bicho seguem no limbo da ilegalidade.
Brasileiros estão divididos sobre o impacto dos jogos de azar
Uma pesquisa recente do Datafolha revelou que 63% dos brasileiros com mais de 18 anos são favoráveis à proibição de modalidades de apostas, como as bets. O levantamento ocorre em meio a debates sobre o impacto financeiro e social dos jogos de azar.
Apesar do aumento na popularidade das apostas online, modalidades tradicionais ainda dominam. Loterias da Caixa (29%) e o jogo do bicho (8%) são mais populares do que apostas esportivas, que atraem apenas 6% dos brasileiros.
Se aprovado, o projeto pode impulsionar a economia brasileira ao permitir cassinos em resorts e embarcações. Esses estabelecimentos poderiam atrair turistas e gerar empregos, criando novas fontes de arrecadação para estados e municípios.
No entanto, especialistas alertam sobre possíveis efeitos negativos, como aumento da dependência e descontrole financeiro. O Senado terá que equilibrar esses fatores ao decidir sobre a liberação.