Com a proximidade da Black Friday 2024, consumidores brasileiros estão ansiosos para aproveitar o evento que promete movimentar R$ 8 bilhões, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). No entanto, o ticket médio estimado de R$ 738 reflete preços mais altos do que o esperado, influenciados por diversos fatores econômicos e geopolíticos.
Acilio Marinello, sócio fundador da Essentia Consulting, tivemos uma Black Friday ano passada muito tumultuada. Para ele, as últimas duas tiveram que concorrer com eventos importantes como as eleições e a copa do mundo. O movimento do ano passado também foi um pouco aquém do esperado
“Sendo assim, para esse ano há uma maior expectativa no setor do varejo que o consumidor tenha uma maior disposição para ir às compras nesse período. Nesse ano também não houve uma antecipação muito grande, o que diluiu de certa forma o movimento de vendas, que está bastante concentrado agora para essa última semana do mês”, explicou o sócio fundador da Essentia Consulting.
Estratégias do varejo enfrentam desafios globais
Para mitigar os custos elevados, grandes varejistas se anteciparam, adquirindo estoques da Black Friday e do Natal entre junho e julho, antes da escalada nos preços do frete marítimo. Essa estratégia buscou neutralizar os efeitos da alta do dólar e dos conflitos no Oriente Médio, que impactaram diretamente as cadeias de suprimento.
Ainda assim, outros imprevistos, como a seca no Amazonas e a insegurança no transporte de mercadorias via Mar Vermelho e Canal de Suez, tornaram as importações mais caras. Isso significa que, embora a oferta de produtos seja diversificada, os descontos não serão tão atrativos quanto os de anos anteriores.
Segundo análise de Marinello questões macroeconômicas, como a redução do desemprego, aumento da massa salarial e juros mais altos podem impactar as vendas. “Então os bens que dependem de crediário ou financiamento podem ser impactados pelos juros, mas os demais produtos de pagamento imediato podem contar com uma elevação”, explicou.
Mesmo assim, para o especialista, o setor varejista mantém boas expectativa de vendas na Black Friday de 2024, principalmente para o varejo de moda, produtos para uso pessoal e eletroeletrônicos.
Mar Vermelho e Canal de Suez: entraves ao comércio internacional
A instabilidade no Mar Vermelho, causada por ataques na região do Iêmen, levou empresas de logística a evitarem a rota que conecta o norte da África à Europa. Em resposta, muitas companhias estão optando por rotas mais longas pelo sul da África, aumentando os custos de transporte e afetando diretamente os preços dos produtos importados no Brasil.
Esse cenário não apenas encarece o custo dos itens disponíveis para a Black Friday, mas também eleva a expectativa de um Natal com preços acima do planejado para o consumidor.
Fique atento: planejamento é essencial
Especialistas alertam que os consumidores devem adotar uma abordagem estratégica para aproveitar a Black Friday de 2024. Comparar preços antecipadamente e monitorar as ofertas nas semanas que antecedem o evento pode ser a chave para encontrar os melhores descontos, mesmo em um cenário adverso.