Em entrevista exclusiva a BM&C News, John Rodgerson, CEO da Azul (AZUL4), afirmou que a companhia já está em contato com a Petrobras, para solicitar a diminuição dos preços dos combustíveis. “Temos uma reunião com as empresas aéreas e com um representante da Petrobras na segunda semana de dezembro porque ainda estamos pagando o combustível mais caro do mundo. Tive a oportunidade de falar com o presidente Lula a respeito disso”, disse o CEO.
Segundo Rodgerson, o setor aéreo acaba sofrendo muito com a alta do dólar, elevando demais os custos, que acabam elevando o preço das tarifas para mitigar maiores custos. Justamente por isso, é necessário a ajuda da Petrobras para viabilizar custos menores com os combustíveis.
“Somos uma companhia dolarizada. Nosso combustível, aeronaves e manutenções são dolarizadas. Portanto, a tripla média da companhia sobe mesmo, tudo sobe com a desvalorização do real contra o dólar. Estamos com esse aumento nas tarifas para mitigar esses custos altos com o aumento cambial”, explicou John Rodgerson.
Vale a pena destacar que em 2024 os preços da querosene de aviação já reduziram bastante, com uma queda acumulada de 16,4%, o que representa decréscimo médio de R$ 0,67/litro em relação ao preço de dezembro de 2023. No comparativo desde dezembro de 2022, houve redução acumulada de 32,8%, o que equivale a queda de R$ 1,66/litro.
Resultados trimestrais da Azul(AZUL4)
No dia 14 de outubro a companhia divulgou prejuízo líquido ajustado de R$ 203 milhões no terceiro trimestre (3T24), uma queda ante o prejuízo de R$ 856 milhões no mesmo período de 2023.A empresa, que está em processo de reestruturação de dívida, registrou ainda um Ebitda recorde de R$ 1,65 bilhão, crescimento de 6%, com a margem passando de 31,7% para 32,2%.
Segundo John Rodgerson, a companhia enfrentou muitos desafios com consequências da pandemia, o desastre no Rio Grande do Sul e a alta do dólar. Ele explica que nesse cenário, a empresa precisou se endividar por uma questão de sobrevivência.
“Estamos iniciando o ano com um dólar a R$ 4,90 e derrepente, 10% da malha aérea do Brasil foi fechada com o desastre no Rio Grande do Sul e o câmbio desvalorizou 18%. Então imagina o desafio que isso é para uma empresa aérea”, explica. “Quanto você tem quase 18 meses sem receita (devido a pandemia), você precisa entrar na dívida para sobreviver”, finaliza.
Em suma, ele afirma que apesar dos desafios, a companhia está pronta para voltar a crescer. “Temos mais de 15.500 pessoas super engajadas para levar a Azul a outro patamar. Quando olhamos o resultado do 3TRI, vemos um recorde de receita e Ebitda, com uma forte demanda do mercado”, diz John Rodgerson, CEO da Azul (AZUL4).