O Morgan Stanley anunciou uma redução de exposição no Brasil para a classificação “underweight“, o que significa uma posição abaixo da média do mercado, equivalente à venda. Essa decisão é impulsionada por preocupações com o risco político e fiscal do país. No relatório divulgado nesta segunda-feira (18), o banco detalha as projeções para os mercados latino-americanos em 2025 e faz uma avaliação sobre os desafios enfrentados por Brasil e México.
Cenário de juros altos e impacto no crescimento econômico
De acordo com o Morgan Stanley, as taxas de juros elevadas e o ciclo de alta minam o potencial de expansão econômica do Brasil, colocando em risco o crescimento. Embora a situação exija cautela, a instituição permanece com uma visão positiva para a América Latina como um todo, mantendo uma exposição acima da média.
Projeções para 2025: Ibovespa a 146 mil pontos
O banco projeta que o Ibovespa pode alcançar 146 mil pontos em 2025 em um cenário-base que considera um contexto de incerteza fiscal. Essa indefinição mantém as taxas de juros altas e contribui para a desaceleração tanto do crescimento econômico quanto dos lucros das empresas.
Para que o Brasil possa recuperar o crescimento, os especialistas do Morgan Stanley apontam a necessidade de uma política focada em investimentos e exportações, além da redução de gastos governamentais e das taxas de juros. No entanto, o relatório também destaca um cenário pessimista, onde a manutenção dos gastos atuais pode levar a um domínio fiscal que prejudique ainda mais o desempenho econômico.
A importância da mudança no mercado de capitais
Um dos caminhos sugeridos pelo banco é uma transição do mercado de dívida para o mercado de ações, promovendo um novo ciclo de investimentos. Além disso, o foco em setores como digitalização, energia e agricultura pode ser uma estratégia-chave para o desenvolvimento sustentável.
O relatório também enfatiza a importância da definição do pacote fiscal prometido pelo governo, cujo atraso na aprovação gera pressão sobre os ativos brasileiros. Os analistas consideram que cortes de gastos próximos ao valor de R$ 50 bilhões são esperados pelo mercado para garantir a sustentabilidade do arcabouço fiscal no longo prazo.