Após altas e baixas, o Ibovespa acabou fechando quase estável nesta quinta-feira (14), pré-feriado. Os investidores monitoraram de perto as atualizações sobre o pacote fiscal, que deve ser anunciado somente depois do G-20, enquanto reagem aos novos números de inflação nos EUA. Além disso, já no final, investidores readiram a falas do presidente do Fed, Jerome Powell, que sinalizou que o BC de lá não planeja acelerar o processo de afrouxamento monetário.
“A economia não está mostrando qualquer indicação de que precisamos apressar a redução dos juros”, declarou durante um evento em Dallas, Texas. Powell ressaltou que o recente vigor da atividade econômica possibilita ao Fed adotar uma postura mais prudente nas suas decisões. “Em última análise, o caminho da taxa de juros dependerá dos dados recebidos e das projeções econômicas”.
Segundo análise de Idean Alves, planejador financeiro e especialista em mercado de capitais, o Ibovespa operou estável na sessão de hoje muito por conta do feriado da Proclamação da República amanhã, o que retirou a liquidez dos mercados que normalmente optam por não passarem posicionados em feriados sob o risco de uma correção la fora penalizar o mercado local na segunda.
O dólar comercial cai terminando a semana estável, após se aproximar dos R$ 5,90, quase testando o preço, teste esse que pode nos levar para um dólar acima dos R$ 6,00 caso o cenário fiscal não melhore drasticamente com o pacote de corte de gastos. Nessa mesma linha os juros futuros operam mistos após a ata do Copom na sexta, que deixou mais claro o movimento dos juros para as próximas reuniões, indicando também que o ciclo de alta deve continuar.
Destaques no cenário corporativo
A maior alta do Ibovespa é da Cemig. A empresa apresentou um lucro líquido de R$ 3,28 bilhões no terceiro trimestre deste ano, alta de 165,11% ante o reportado um ano antes. Então por mais que o cenário local pareça desafiador nos próximos meses, as empresas vêm apresentando ótimos resultados de um modo geral, o que acaba refletindo nas cotações.
Em seguida o destaque vai para a Marfrig, com quase 8% valorização no dia, ela que registrou lucro líquido de R$ 79,1 milhões, revertendo um prejuízo de R$ 112 milhões no 3T23. A receita líquida consolidada foi de R$ 37,7 bilhões, com alta de 12,4% na comparação anual. Números animadores após o aumento da alavancagem da companhia com diversas aquisições. Na minha visão, é uma boa sinalização para o mercado de que o crescimento está vindo com lucro e não apenas com dívidas.
Entre as quedas, MRV lidera as perdas do Ibovespa. Apesar do lucro líquido ajustado consolidado, de R$ 17,3 milhões entre julho a setembro, revertendo um prejuízo de R$ 20,8 milhões do mesmo período do ano anterior, o desempenho ficou abaixo das expectativas do mercado, que esperava um resultado 78% maior para o período.
Confira aqui os dados de fechamento do Ibovespa e demais índices
- Ibovespa: 127.791,60 (+0,05%)
- S&P 500: 5.949,14 (-0,61%)
- Nasdaq: 19.107,65 (-0,64%)
- Dow Jones: 43.750,73 (-0,47%)
- Dólar: R$ 5,78 (-0,02%)
- Euro: R$ 6,10 (-0,29%)