A vitória de Donald Trump, com 312 delegados contra 226 de Kamala Harris, gera um impacto imediato na economia global. Com um governo voltado para desregulamentações, cortes de impostos e protecionismo, os Estados Unidos devem fortalecer o dólar, impondo desafios aos mercados emergentes, incluindo o Brasil.
Este fortalecimento pressiona o fluxo de capital estrangeiro e aumenta a volatilidade cambial, exigindo respostas rápidas de países que, como o nosso, dependem de um ambiente financeiro equilibrado.
Enquanto os EUA seguem com estímulos ao setor privado, o Brasil permanece preso a um modelo de gestão que privilegia o Estado. Em contraste com a agenda americana de desburocratização, nossas políticas públicas aumentam os custos para empresários e investidores. Esse modelo fiscal restritivo inibe nosso crescimento e impede que o Brasil se posicione de forma competitiva frente aos desafios globais.
Embora o governo brasileiro tenha sinalizado um pacote de cortes de despesas para atender ao arcabouço fiscal, o ritmo lento e a falta de clareza na implementação geram desconfiança nos mercados. A demora em adotar medidas concretas expõe a fragilidade de nossa gestão e revela um compromisso ainda hesitante com a responsabilidade fiscal. Em um cenário onde investidores exigem eficiência e transparência, tal incerteza prejudica diretamente a confiança no Brasil.
A valorização do dólar eleva nossos custos de importação, pressionando a inflação e contribuindo para uma fuga de capital. Fica evidente que a sustentabilidade de uma economia exige um fluxo equilibrado de investimentos e, para isso, é fundamental estabilidade e segurança jurídica – algo que, infelizmente, ainda falta no Brasil. Sem essas condições, nos tornamos cada vez mais vulneráveis às variações do mercado global.
A vitória de Trump também reforça o peso das políticas internas. Ao fortalecer sua economia doméstica, os Estados Unidos se consolidam como protagonistas globais e deixam para países como o Brasil a responsabilidade de estabilizar seus próprios mercados. Precisamos deixar de lado políticas assistencialistas e caminhar para uma economia que priorize a liberdade e o incentivo ao setor produtivo. O atual modelo de dependência estatal inibe a autonomia do setor privado e limita nosso potencial de crescimento sustentável.
O cenário é claro: se não adaptarmos nossas políticas econômicas para um contexto mais independente e dinâmico, ficaremos cada vez mais vulneráveis. Precisamos de uma gestão fiscal mais enxuta e voltada para o crescimento. Em tempos de protecionismo global, a saúde econômica de um país reflete a eficiência com que ele permite que seu setor produtivo prospere.
No fim das contas, o Brasil precisa adotar uma postura de austeridade fiscal e um compromisso firme com a modernização econômica. Não podemos mais esperar que o crescimento venha de fora. A vitória de Trump é um sinal de que é hora de tomar decisões estratégicas para construir uma economia mais liberal e menos dependente do Estado.
A solução está em dar ao setor privado o espaço necessário para impulsionar o crescimento. Assim como os Estados Unidos avançam com um fortalecimento econômico interno, o Brasil precisa fazer o mesmo, aprendendo que a eficiência e a liberdade econômica são fundamentais para garantir a prosperidade e a resiliência de nossa economia no cenário global.