Nos últimos anos, a ascensão dos influenciadores nas redes sociais revolucionou a publicidade e o marketing digital. Com a evolução da tecnologia, surge uma nova tendência de influenciadores criados por inteligência artificial (IA). Um exemplo notável é Aitana Lopez, uma modelo virtual que já está conquistando popularidade e trazendo retorno financeiro significativo para seus criadores em Barcelona, Espanha.
Aitana Lopez, gerada por IA, possui mais de 330 mil seguidores no Instagram e está rapidamente se tornando uma das influenciadoras digitais mais reconhecidas. A combinação de tecnologia de ponta com estratégias de marketing eficazes permitiu que a personagem virtual conquistasse parcerias valiosas com marcas de esportes e nutrição, mesmo não sendo real. Isso levanta questões sobre o impacto social e ético dessas criações, especialmente em relação à percepção de corpo ideal e estilo de vida glamouroso.
Como São Criados os Influenciadores por Inteligência Artificial?
A criação de influenciadores por IA envolve um processo tecnológico complexo, mas que tem se tornado cada vez mais acessível graças aos avanços na inteligência artificial generativa. Agências especializadas, como a The Clueless, utilizam ferramentas de edição e algoritmos para gerar imagens realistas e inserir as personagens em cenários diversos. Isso é feito por meio de softwares que conseguem substituir pessoas reais nas fotos por figuras geradas digitalmente, adaptando luzes e sombras para criar uma aparência autêntica.
A elaboração dos perfis desses influenciadores virtuais vai além das imagens estáticas. As agências também produzem Stories, legendas e interações nas redes sociais para dar a impressão de que esses personagens têm um estilo de vida ativo e real. Este pacote completo faz com que esses influenciadores gerados por IA possam ser comercializados de maneira semelhante aos influenciadores humanos.
Quais São as Implicações Éticas e Sociais?
A crescente popularidade dos influenciadores gerados por inteligência artificial levanta importantes debates éticos e sociais. Um dos principais argumentos críticos é que esses modelos virtuais promovem padrões de beleza inatingíveis, contribuindo para problemas de autoestima, especialmente entre adolescentes. Além disso, há preocupações sobre a autenticidade dos conteúdos patrocinados, uma vez que o público pode não perceber imediatamente que está interagindo com uma figura de IA.
Criadores desses influenciadores, como a agência The Clueless, argumentam que essas práticas não são diferentes das manipulações frequentes com filtros ou retoques em imagens de influenciadores reais. Entretanto, a questão continua controversa, principalmente porque a tecnologia permite a criação de personagens que se aproximam do real sem sê-lo, confundindo as percepções do que é autêntico.
Influenciadores Virtuais Vieram Para Ficar?
Com a popularização rápida dos influenciadores gerados por Inteligência Artificial, fica a pergunta: essa moda veio para ficar ou é apenas uma tendência passageira? Considerando as vantagens que os influenciadores virtuais oferecem, como controle criativo e menor custo em condução de campanhas publicitárias, é provável que essa prática continue a crescer no cenário digital.
No entanto, para garantir que essa tecnologia beneficie todas as partes envolvidas, será essencial equilibrar inovação tecnológica com responsabilidade ética. As agências precisarão adotar práticas transparentes e indicar claramente quando está sendo utilizada inteligência artificial, a fim de manter a confiança do consumidor e a integridade das redes sociais como plataforma de comunicação.