A transição para uma economia digital é uma realidade cada vez mais palpável no Brasil. Com o sucesso de ferramentas como o PIX, que rapidamente se tornou o método preferido para transações cotidianas, a familiaridade com o dinheiro físico está diminuindo. Luiz Calado, planejador financeiro CFP pela Planejar, acredita que a sociedade brasileira, de modo geral, está se adaptando bem a essa transformação digital, embora desafios ainda persistam. “A velocidade das transações, o controle financeiro pelo celular e a segurança de não precisar carregar cédulas são grandes vantagens. Mas, é claro, precisamos redobrar o cuidado com a segurança cibernética para proteger os recursos online”, destaca Calado.
O papel das instituições financeiras na era digital
Os bancos e outras instituições financeiras estão investindo fortemente em novas tecnologias para acompanhar essa mudança. Calado explica que o setor bancário está “se reinventando mais rápido que o meme da moda”. Ele destaca que muitos bancos já nasceram digitais e que, agora, todas as instituições apostam em apps intuitivos, atendimentos por chat, pagamentos por aproximação e inteligência artificial. Essa modernização não apenas agiliza o atendimento como também personaliza os serviços. “Nas centrais de atendimento, os profissionais estão cada vez mais capacitados para apoiar os clientes, especialmente durante essa digitalização acelerada”, acrescenta Calado.
Finanças pessoais e o impacto de uma economia digital
A digitalização traz oportunidades significativas para o controle das finanças pessoais, permitindo que as pessoas acompanhem seus gastos e definam metas de forma mais eficaz. “Uma economia digital pode ser a melhor amiga do seu bolso!”, afirma Calado. Com todas as transações registradas, aplicativos de gestão financeira se tornam verdadeiros “personal trainers” das finanças, ajudando a evitar gastos impulsivos e facilitando a organização das finanças. Em termos de segurança, Calado ressalta a importância de proteger senhas e autenticações, além de sugerir a prática prudente de manter parte dos recursos em contas diferentes como um plano de contingência.
O papel regulador do governo e a segurança digital
Com uma economia cada vez mais digital, os governos enfrentam o desafio de regulamentar e fiscalizar essas transações. O Banco Central do Brasil já lançou o PIX e está estudando a criação do Real Digital, um passo importante na infraestrutura para uma economia digital. Calado comenta que, além do Banco Central, instituições como Anbima, Febraban e ABCRIPTO estão se mobilizando para aumentar a segurança e promover a autorregulação no mercado de criptoativos. Ele destaca a importância de “investir em segurança cibernética, criar legislações específicas e educar a população” para que a economia digital seja mais segura para todos.
Educação financeira: essencial para a nova realidade
A transição para um sistema sem papel-moeda exige também um aprimoramento da educação financeira. Calado defende que, em uma economia digital, a educação financeira se torna “o mapa da mina”. Ele explica que o conceito de poupança evolui para incluir investimentos de fácil acesso, como Tesouro Direto, fundos e até criptomoedas, permitindo que as pessoas poupem de forma prática e diversificada. Com apenas alguns cliques, o ato de poupar se torna mais acessível e eficiente.
O futuro do dinheiro está cada vez mais digital
A transformação para uma economia digital está em pleno andamento e, com ela, surgem tanto benefícios quanto desafios. O Brasil já lidera alguns avanços na digitalização financeira, mas é crucial que população, instituições e governo trabalhem em conjunto para superar obstáculos e promover a segurança. Como ressalta Calado, “a transição para um sistema sem papel-moeda é promissora, mas precisa ser acompanhada de perto para garantir que todos, inclusive as gerações mais antigas, estejam preparados para esse novo futuro financeiro.”