Nesta semana, o impacto do chamado “Trump Trade” foi sentido principalmente no mercado de criptomoedas. Marco Prado, trader e apresentador do Pre-Market da BM&C News, observou que os discursos do presidente eleito dos EUA, que se declarou entusiasta do Bitcoin, impulsionaram a criptomoeda para cima de US$ 76.000. “No mais, o que temos são suposições”, afirmou Prado, citando possíveis variáveis como taxações e fortalecimento do dólar.
Sobre o comunicado do FED após o corte de 0,25% na taxa de juros, Prado comentou que a medida trouxe um alívio ao mercado. “Não haverá mais necessidade do esfriamento do mercado de trabalho americano para que a taxa de inflação atinja a meta de 2%, mas o monitoramento dos indicadores até a última reunião do ano, em dezembro, é fundamental para os ajustes futuros”, explicou.
No cenário global, a economia chinesa está sob expectativa de um novo pacote de estímulos. “Sem isso, minério de ferro e petróleo desceram ladeira abaixo no último pregão da semana”, destacou o trader.
No Brasil, a semana foi marcada por uma série de reuniões do presidente Lula com seus ministros, levantando a expectativa de um anúncio sobre cortes de gastos. “O presidente insiste em não cortar gastos nas pastas da saúde, educação e trabalho, e nisso concordo plenamente”, comentou Prado. Ele ponderou que é importante entender onde essas medidas podem ou não ser consideradas populistas, de olho em 2026. “E que não venha ‘Bolsa Botox'”, disse.
O trader também alertou sobre a perda de popularidade e o enfraquecimento do Congresso, que podem se tornar obstáculos para a gestão de Lula. “Lula não pode deixar seu ego ser seu maior desafio”, afirmou. Com o compasso de espera, a bolsa brasileira caiu para menos de 129.000 pontos, enquanto o dólar voltou a R$ 5,80.