Nos últimos meses, o interesse por títulos do Tesouro Direto tem mostrado um crescimento notável. Esse fenômeno pode ser atribuído às incertezas econômicas que cercam tanto o mercado interno brasileiro quanto o cenário internacional, como a política monetária dos Estados Unidos. Como resultado, a demanda por esses títulos fizeram o Tesouro suspender temporariamente a venda de algumas de suas ofertas.
Com as transações retornando ao normal, os investidores olham para as oportunidades entre os diversos tipos de títulos oferecidos, especialmente aqueles de médio prazo. Eles encontram títulos que vencem entre 2029 e 2035 como opções atraentes, seja para mantê-los até o vencimento ou vendê-los antecipadamente, dependendo da estratégia financeira adotada.
Quais São as Melhores Opções do Tesouro Direto?
A escolha do título do Tesouro Direto passa necessariamente pelos objetivos financeiros do investidor. Para quem busca segurança em curto prazo, como uma reserva de emergência, ativos indexados à taxa Selic ou ao CDI são recomendáveis, com o Tesouro Selic sendo uma escolha frequente. Em contraste, para metas de longo prazo, como a aposentadoria, garantir um crescimento real, acima da inflação, é fundamental. Assim, o Tesouro IPCA+ destaca-se como a melhor alternativa.
Especialistas em finanças ressaltam que para horizontes longos, taxas do Tesouro IPCA+ que superem um ganho real de 6,5% são excelentes. Contudo, em 2024, apenas o Tesouro IPCA+ 2040 não satisfaz esse critério, oferecendo um retorno um pouco abaixo do desejável.

Tesouro Prefixado, IPCA+ ou Selic: Qual Escolher?
A análise dos títulos disponíveis no Tesouro Direto revela que, atualmente, as melhores remunerações se concentram nos títulos prefixados de 2031, sem juros semestrais. Conhecido como ativo bullet, ele oferece um impressionante retorno de 12,85%. Em comparação, títulos como o de 2035 com juros semestrais têm retornos ligeiramente menores, na casa dos 12,64%.
A peculiaridade do atual cenário de mercado, que oferece juros mais elevados para prazos intermediários em vez de longos, torna os títulos de médio prazo especialmente atraentes. Isso reflete uma expectativa de que as taxas de juros aumentem nos próximos anos, revertendo-se posteriormente.
O Horizonte Econômico até 2029
Os títulos IPCA+ 2029 aparecem como uma escolha interessante para quem busca proteção contra a inflação, que está estimada para rondar os 5,5%. No entanto, o investidor deve estar ciente da volatilidade desses títulos, que se mantém inalterada se o título é segurado até o vencimento. Um risco a considerar é a possibilidade da inflação surgir mais baixa do que o previsto, o que reduziria a remuneração final do título.
Para 2035, o Tesouro IPCA+ apresenta duas modalidades: com cupons semestrais, adequado para investidores que desejam criar fluxo de caixa, e com pagamento final, ideal para quem planeja segurar o título até o vencimento. A escolha entre essas alternativas depende das necessidades de liquidez e do planejamento financeiro individual.
Como Obter Ganhos Extras com a Venda no Mercado Secundário?
No que diz respeito à venda dos títulos, investidores podem encontrar oportunidades de lucro pela diferença de preço no mercado secundário. Espera-se que a posse de títulos por 18 a 30 meses, seguida de venda, maximize o ganho ao aproveitar condições de taxas futuras menores. Isso pode ser uma estratégia rentável, especialmente para títulos de médio prazo.
O economista Kaique Fonseca observa que os juros de médio prazo estão atipicamente elevados em comparação aos de longo prazo. Ele sugere que, entre 2029 e 2035, essa situação pode se normalizar, oferecendo uma chance de alto ágio para investidores. Com a expectativa de que as curvas de juros se estabilizem nos próximos anos, aqueles que optarem por vender no momento certo poderão colher altos lucros.