O mercado financeiro brasileiro vem passando por uma reestruturação significativa para contornar a cobrança do come-cotas. Essa prática, que antecipa o Imposto de Renda ao reduzir o número de cotas dos fundos a cada semestre, impacta diretamente a rentabilidade de investimentos. Em resposta, gestores estão desenvolvendo novos produtos e contando com assessoria jurídica para se enquadrar em regimes de tributação mais vantajosos.
A antecipação do imposto afeta principalmente fundos de renda fixa, multimercados e cambiais, reduzindo o saldo disponível e prejudicando o crescimento patrimonial ao longo do tempo. Para investidores que buscam alternativas mais eficientes, fundos de ações, imobiliários e Fundos de Investimento em Participações (FIPs) surgem como opções isentas dessa tributação periódica
Estratégias para Escapar do Come-Cotas
A legislação brasileira oferece brechas para gestores estruturarem fundos que não sofram a dedução periódica do imposto. Fundos que alocam ao menos 95% de seu patrimônio em produtos como FIPs, ETFs ou Fundos Imobiliários (FIIs) estão isentos do come-cotas. A criação de entidades de investimento, que mantêm a discricionariedade na gestão e seguem as regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), é outro caminho explorado para evitar essa cobrança.
Essas mudanças exigem acompanhamento atento por parte dos gestores, que precisam equilibrar custos operacionais e rentabilidade para manter a atratividade dos fundos. Além disso, especialistas apontam que a eficiência fiscal será um diferencial relevante na escolha de investimentos, especialmente para aqueles com metas de longo prazo.
Impacto para Investidores e Perspectiva do Mercado
Com um ambiente regulatório em constante evolução, investidores precisam ficar atentos às novas estruturas oferecidas. A escolha por fundos isentos pode preservar o capital e melhorar os retornos a longo prazo. “Essa mudança reflete a sofisticação do mercado e a importância de alocar recursos de forma fiscalmente eficiente”, destacou um gestor ouvido pelo Brazil Journal. A adaptação a essa nova realidade é essencial para investidores e gestores que desejam maximizar retornos sem surpresas tributárias a cada semestre.