Dados revelados pelo Ministério da Saúde em 2021 mostram que cerca de 9,3% da população brasileira convive com transtornos mentais, como ansiedade e depressão. O desafio reside no fato de que, durante o cuidado com a saúde mental, erros comuns podem ser cometidos, dificultando ainda mais o tratamento eficaz.
Quais são os erros comuns no cuidado com a saúde mental?
A saúde mental desempenha um papel crucial na vida de qualquer indivíduo. Ela não apenas facilita a gestão dos desafios diários, mas também influencia o nível de interação social e o desempenho em diversas atividades cotidianas. Assim, cuidar da saúde mental deve ser uma prioridade constante.
Muitas vezes, as pessoas não percebem que suas ações diárias podem impactar negativamente sua saúde mental. Mesmo com boa intenção, certos comportamentos podem agravar os problemas existentes. A seguir, são discutidos alguns erros comuns que devem ser evitados.

Ignorar sinais de alerta iniciais: como evitar este erro?
Um dos erros mais comuns é subestimar os primeiros sinais de estresse, ansiedade ou depressão. Muitas pessoas acreditam que esses sentimentos são temporários e que “vão passar”. Contudo, ignorar esses sinais pode agravar a condição, necessitando de tratamentos mais extensos e complexos no futuro.
Os sinais podem variar de pessoa para pessoa, mas alguns dos mais comuns incluem:
- Mudanças de humor: Tristeza persistente, irritabilidade excessiva, euforia sem motivo aparente.
- Alterações no sono: Insônia, sono excessivo, dificuldade para dormir.
- Mudanças no apetite: Perda ou aumento significativo do apetite.
- Dificuldade de concentração: Dificuldade em realizar tarefas, falta de foco.
- Isolamento social: Evitar contato com amigos e familiares, perder interesse em atividades que antes eram prazerosas.
- Cansaço excessivo: Sentir-se cansado o tempo todo, mesmo após dormir.
- Pensamentos negativos: Pensamentos frequentes sobre morte, suicídio ou inutilidade.
- Ansiedade: Sensação constante de preocupação e nervosismo.
Por que o autodiagnóstico e automedicação são prejudiciais?
O acesso facilitado à informação, especialmente na internet, fez com que muitas pessoas se sentissem habilitadas a se autodiagnosticar ou até mesmo a se automedicar. Essa prática pode ser perigosa, pois mascara os sintomas reais e posterga a busca por tratamento profissional adequado.
Vale ressaltar:
- Agravamento dos sintomas: A escolha de medicamentos inadequados ou o uso incorreto de substâncias pode piorar os sintomas e dificultar o tratamento posterior.
- Efeitos colaterais graves: Muitos medicamentos psiquiátricos possuem efeitos colaterais significativos, que podem ser potencialmente perigosos se utilizados de forma inadequada.
- Interações medicamentosas: A combinação de medicamentos sem orientação médica pode causar interações perigosas, colocando a saúde em risco.
- Resistência a tratamentos: O uso inadequado de medicamentos pode levar ao desenvolvimento de resistência a tratamentos, dificultando o controle dos sintomas a longo prazo.
Subestimar a importância da continuidade na terapia
Outra prática comum é abandonar a terapia assim que os primeiros sinais de melhora aparecem. A terapia, no entanto, é um processo contínuo que necessita de dedicação e acompanhamento regular para assegurar resultados permanentes e eficazes.
Qual é o papel do autocuidado na saúde mental?
Além da terapia, o autocuidado desempenha um papel essencial no bem-estar mental. Isso inclui manter hábitos saudáveis, como uma alimentação balanceada, sono adequado e prática regular de atividades físicas. Ignorar esses aspectos pode dificultar a recuperação e manutenção da saúde mental.
Alguns benefícios do autocuidado:
- Redução do estresse: Práticas como meditação, yoga e exercícios físicos ajudam a reduzir os níveis de cortisol, o hormônio do estresse.
- Melhora do sono: Uma boa noite de sono é essencial para a saúde mental. Hábitos como estabelecer uma rotina relaxante antes de dormir e criar um ambiente tranquilo no quarto podem contribuir para um sono mais reparador.
- Aumento da autoestima: Cuidar de si mesmo ajuda a se sentir mais valorizado e capaz de lidar com os desafios da vida.
- Fortalecimento dos relacionamentos: Pessoas que praticam o autocuidado tendem a ter relacionamentos mais saudáveis e satisfatórios.
- Maior produtividade: Ao cuidar da saúde mental, você se torna mais focado, criativo e produtivo.
Como as redes sociais podem impactar a saúde mental?
O uso excessivo de redes sociais pode intensificar sentimentos de comparação, ansiedade e solidão. É crucial manter um consumo consciente de conteúdo digital, buscando sempre equilibrar o tempo online com atividades no mundo real para evitar sobrecargas emocionais.
Estratégias para manter uma boa saúde mental
- Reconhecer os sinais de alerta: Ficar atento a mudanças de humor ou padrões de comportamento.
- Procurar profissionais qualificados: Buscar auxílio de psicólogos e psiquiatras sempre que necessário.
- Gerenciar o uso de redes sociais: Definir limites claros para o tempo de uso.
- Praticar atividades físicas regularmente: Encontrar uma atividade que traga prazer e satisfação.
- Manter uma alimentação equilibrada: Alimentar-se de forma saudável e variada para contribuir com o bem-estar geral.
Ao adotar essas práticas, é possível construir um ambiente mais propício ao cuidado da saúde mental, evitando armadilhas comuns e promovendo uma qualidade de vida superior.
Para mais informações:
- Ministério da Saúde: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/saude-mental
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