Em entrevista à BM&C News, o professor Marcus Vinicius de Freitas analisou os desdobramentos recentes do conflito entre Israel e o Hamas, a influência do Irã e os desafios diplomáticos enfrentados por Israel no cenário global. Freitas destacou que, embora a morte de um líder do Hamas tenha sido celebrada por Israel, a estratégia pode não ter o efeito esperado a longo prazo.
“Para cada líder morto, surgem outros, fortalecendo a resistência”, observou Freitas. Ele comparou a situação com conflitos no Iraque e Afeganistão, alertando que mudanças de regime sem estabilidade de longo prazo acabam falhando.
O impasse entre Israel e o Hamas também foi pauta da conversa. O Hamas declarou que não devolverá os reféns capturados em 7 de outubro sem um cessar-fogo, mas Netanyahu resiste a interromper a ofensiva. Freitas afirmou que essa postura “torna a paz mais distante”.
Além dos desafios militares, Israel enfrenta crescente pressão diplomática. “O governo Netanyahu está perdendo o apoio que recebeu após 7 de outubro, inclusive de aliados como a França, que cobra o cumprimento das resoluções da ONU”, destacou o professor.
No contexto econômico, Freitas também analisou o impacto da crise no Oriente Médio na economia global, especialmente na China. Com dificuldades na transição de um modelo exportador para o consumo interno, a economia chinesa registrou crescimento durante o recente feriado nacional, mas a confiança dos consumidores no mercado imobiliário ainda é limitada.
“Embora o consumo tenha aumentado, o chinês ainda prefere investir em imóveis e educação, tornando a recuperação econômica mais lenta”, concluiu Freitas.