O governo brasileiro, sob a administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está intensificando a fiscalização sobre o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Este benefício, regulado pela Lei Orgânica de Assistência Social (Lei nº 8.742/1993), conhecido como LOAS, visa fornecer um salário mínimo mensal a idosos e pessoas com deficiência que vivem em condições de vulnerabilidade socioeconômica e que não têm meios para sustentar-se por conta própria.
Atualização de Dados no Cadastro Único
Como parte do processo de revisão, os beneficiários do BPC são obrigados a manter seus dados atualizados no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), uma exigência estabelecida pelo Decreto nº 8.805/2016. A atualização dos dados deve ser realizada a cada dois anos, e quem não cumpre essa obrigatoriedade corre o risco de ter seu benefício suspenso ou cancelado. Uma cartilha recente do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) detalha o processo de reavaliação dos beneficiários, destacando a importância da transparência e da conformidade nesse processo.
Mecanismos de Comunicação e Prazos
O INSS utiliza diversos canais para entrar em contato com os beneficiários, incluindo cartas, notificações bancárias, ligações da Central 135 e alertas no aplicativo Meu INSS. Caso o beneficiário não responda às solicitações em um período de 30, 45 ou 90 dias, dependendo do município, o benefício é bloqueado temporariamente. A atualização do cadastro dentro de seis meses permite a reativação do benefício. No entanto, após este prazo, o cancelamento se torna efetivo, sendo necessário recorrer formalmente para reativação.
Implicações do Novo Arcabouço Fiscal
A revisão do BPC está inserida dentro do novo arcabouço fiscal, um conjunto de medidas introduzidas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em março de 2024, e sancionadas posteriormente por Lula. Estas políticas visam controlar as despesas públicas e a gestão da dívida, em substituição ao antigo teto de gastos implementado no governo de Michel Temer. Em consequência, houve uma maior disponibilidade e alocação dos recursos para o benefício, mas também uma maior exigência em relação à atualização cadastral dos beneficiários.
Impacto Financeiro e Crescimento nos Números do BPC

Segundo os números divulgados pelo INSS, o gasto com o BPC experimentou um aumento significativo, atingindo R$ 44,076 bilhões no primeiro semestre de 2024. Este valor reflete um aumento de 19,8% em relação ao mesmo período do ano passado, com um número de beneficiários que chegou a 1,105 milhão, registrando um crescimento de 40%. Um dos fatores que contribuíram para este aumento foi a permissão concedida no ano anterior para que duas pessoas da mesma residência, cumprindo o critério de renda per capita de até 25% do salário mínimo, pudessem solicitar o BPC.
O fortalecimento das políticas de fiscalização e controle em relação ao BPC é uma iniciativa do governo visando garantir a correta utilização dos fundos públicos destinados aos mais necessitados, mantendo a transparência e eficiência nos programas de assistência social.