O aumento dos preços das carnes no Brasil deixa evidente a complexa interseção entre condições climáticas adversas, oferta limitada e a demanda do consumidor. Em setembro de 2024, os preços das carnes registraram uma elevação média de 2,97%, confirmando uma das maiores altas desde dezembro de 2020, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Quais Carnes Tiveram os Maiores Aumentos?
O contra-filé, uma das carnes bovinas mais consumidas no país, notou um aumento expressivo de 3,79% comparando agosto a setembro de 2024, Outras carnes, como carne de porco e patinho, também se destacaram com elevações de 3,67% e 3,15%, respectivamente. Este incremento no custo das carnes reflete um cenário onde o consumidor precisa adaptar seu orçamento alimentar mensal.
- Contra-filé: 3,79%
- Carne de porco: 3,67%
- Patinho: 3,15%
- Costela: 3,1%
- Pá: 3,04%
- Alcatra: 3,02%
Fatores Contribuintes para o Aumento de Preços
A estiagem e o clima seco são identificados como os principais fatores por trás do aumento no preço das carnes. De acordo com especialistas, como André Almeida, gerente do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE, essas condições climáticas têm levado a uma redução das pastagens, impactando diretamente na oferta de gado para abate. A incidência de queimadas em determinadas regiões agrava ainda mais essa situação, intensificando a entressafra e limitando a disponibilidade de carne no mercado.
Comparação Anual e Tendências
Quando observado um período de 12 meses, a carne patinho, por exemplo, subiu 6,4%, destacando-se como a carne que mais encareceu nesse intervalo. Já a alcatra, usualmente presente nos churrascos brasileiros, teve um aumento de 3,5% no mesmo período. A relação entre oferta e demanda ilustra o desequilíbrio causado pela redução no número de abates no segundo semestre, após um aumento considerável no primeiro semestre de 2024.
Perspectivas para os Consumidores
O cenário atual apresenta desafios significativos para os consumidores brasileiros, que devem buscar alternativas diante dos preços elevados. O impacto da alta nas carnes não se restringe ao consumo residencial, atingindo também restaurantes e serviços de alimentação. Espera-se que as condições climáticas e o manejo agropecuário eficaz possam, futuramente, aliviar esta situação, mas por ora, o índice de preços continua a ser um ponto sensível na alimentação brasileira.