A busca por melhores resultados financeiros levou mais de 173.000 brasileiros a realizarem a portabilidade de seus planos de previdência privada até julho deste ano. De acordo com a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), os valores transferidos entre fundos e instituições somaram R$ 25,8 bilhões até o momento. Comparativamente, o ano passado teve 329.411 portabilidades, movimentando R$ 44,6 bilhões, conforme dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep).

Principais Destinos e Razões para a Mudança
Tres instituições financeiras destacam-se como os principais destinos dessa migração: XP, BTG Pactual e Itaú. Um levantamento realizado pela fintech Pluggy pontua que, juntas, essas casas captaram R$ 41 bilhões entre janeiro de 2022 e junho de 2024. O desempenho dos fundos, associado às taxas de administração e performance, tem sido apontado como a principal razão para a escolha dos novos gestores, segundo Victor Urano Braga, cofundador da Pluggy.
Facilidade e Tecnologia Impulsionam a Portabilidade
A tecnologia tem desempenhado papel crucial na simplificação do processo de portabilidade. Historicamente, transferências entre fundos exigiam uma série de procedimentos burocráticos. Entretanto, com o avanço do Open Finance, esse processo tornou-se mais ágil, podendo ser realizado em poucos cliques. Isso representa uma mudança significativa em relação à necessidade anterior de reuniões, coletas de dados e envios de documentos físicos.
Aspectos Técnicos e Regras da Transferência
A portabilidade na previdência privada envolve a transferência de recursos acumulados entre diferentes entidades de mesma natureza jurídica. Conforme explicado pela advogada Glória Arruda, especializada em previdência complementar, a portabilidade só é viável no período de acumulação do capital, antes da concessão de benefícios previdenciários. Além disso, não é permitido o resgate de valores pelos participantes durante o processo, e a responsabilidade pela solicitação cabe ao próprio participante.
Considerações e Cuidados na Portabilidade
Amancio Paladino, especialista em vida e previdência, destaca que a portabilidade, seja interna ou externa, não gera incidência de impostos, o que contribui para a otimização dos investimentos. Para Valeska Odorico, gerente comercial do Sicoob, é essencial que investidores considerem taxas de administração, rentabilidade histórica e qualidade de atendimento ao selecionar novos planos. Portanto, avaliar a solidez da instituição e os custos envolvidos é fundamental.
- Verificar a solidez da instituição gestora
- Comparar taxas de administração e rentabilidade
- Avaliar o atendimento ao cliente e opções de investimento
Em síntese, a portabilidade da previdência privada no Brasil está se consolidando como uma estratégia atrativa para otimização de investimentos de longo prazo, impulsionada pela combinação de tecnologia, facilidade de execução e busca por retornos financeiros mais vantajosos.