Nesta semana o nome de Gabriel Galípolo como o próximo presidente do Banco Central foi confirmado pelo senado. Ele substitui Roberto Campos Neto. “A nomeação de Galípolo agrada tanto ao mercado quanto às agências de classificação, que veem nele um compromisso com o ajuste monetário”, afirma o trader Marco Prado, apresentador do Pre-Market, da BM&C News. Apesar da aceitação inicial, os desafios à frente são grandes: “Substituir o eleito melhor presidente do mundo, Roberto Campos Neto, não será uma tarefa fácil, ainda mais com a inflação atrapalhando os planos de uma economia mais estável e o governo se tornando seu ‘calcanhar de Aquiles'”.
Prado também comentou sobre as recentes declarações do governo a respeito da possibilidade de ampliar a faixa de isenção do Imposto de Renda, o que pode impactar a arrecadação. “Hoje, o governo indicou que pode ampliar a faixa de isenção do IR, diminuindo a arrecadação. Inacreditável errar tanto assim”, criticou.
No cenário de juros, Prado observou a pressão sobre a Selic. “A curva de juros precifica uma Selic de 13% ao final de 2024, estressando o câmbio, que volta a operar na casa dos R$5,70, um patamar que incomoda as importações e gera inflação”, explicou. Ele ainda mencionou os resultados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro, que ficou levemente abaixo do esperado, mas ainda acima do mês anterior. “De 0,46% veio 0,44%, porém acima do mês passado.”
Além das questões internas, o trader chamou a atenção para o cenário internacional, com destaque para os desafios do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. “Os dados de inflação de preços ao consumidor e produtor vieram acima do esperado, afastando a possibilidade de um corte adicional de 0,50% em novembro”, comentou. Segundo ele, o futuro das taxas de juros nos Estados Unidos permanece incerto, e isso aumenta a volatilidade nos mercados emergentes.
Prado também destacou as recentes quedas nas bolsas asiáticas, especialmente em relação à China. “As fortes quedas devolveram toda a alta obtida após o pacote de estímulos do Banco Popular da China, afetando as commodities ao redor do mundo.” Na Europa, ele mencionou a recuperação da produção industrial na Alemanha, que trouxe alívio para a indústria automobilística.
Com base nesse panorama, o trader concluiu que, apesar da incerteza, o investidor deve manter-se otimista. “Com todo esse cenário, o investidor segue acreditando que a felicidade está em continuar otimista com os ativos que possui na carteira”, finaliza Prado.