Em um debate realizado ao vivo na BM&C News, os economistas VanDyck Silveira e Ecio Costa analisaram o cenário fiscal do Brasil e os desafios que o país enfrenta em relação à fuga de capitais e à criação de novos impostos.
As discussões giraram em torno das recentes propostas do governo, como o imposto mínimo para milionários, e os riscos que essas políticas trazem para o ambiente de negócios e investimentos no Brasil.
VanDyck Silveira criticou as medidas do governo, que aposta em mais impostos e inflação para equilibrar as contas públicas. Ele destacou que a arrecadação recorde do país não será sustentável a longo prazo e que o aumento de impostos para os milionários pode gerar um desincentivo ao investimento, além de facilitar a fuga de capitais. “Esse tipo de imposto é fácil de evitar. As pessoas ricas podem simplesmente ir embora do Brasil, e é isso que já está acontecendo”, afirmou Silveira. Segundo ele, até o momento, mais de R$ 54 bilhões já deixaram o país em 2023, e o número deve aumentar até o final do ano.
Ecio Costa, professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), também compartilhou sua preocupação com a atual política fiscal do Brasil. Segundo Costa, a incerteza em relação aos novos impostos faz com que as decisões de investimento sejam adiadas ou redirecionadas para outros mercados emergentes, que oferecem menores riscos fiscais. “Estamos observando a segunda maior saída de dólares da história recente, o que demonstra o receio dos investidores quanto à economia brasileira”, explicou.
Ambos os economistas concordam que as políticas fiscais atuais estão prejudicando a atratividade do Brasil para investidores, e que uma reforma tributária mais ampla e menos punitiva seria necessária para restaurar a confiança no país. Além disso, Silveira defende que o governo deve focar em cortar gastos e rever a vinculação de despesas obrigatórias, como os reajustes automáticos do salário mínimo, para conter o aumento do endividamento.
Com a fuga de capitais em alta e o risco fiscal cada vez mais evidente, o cenário econômico brasileiro segue desafiador. A discussão sobre como equilibrar as contas públicas sem desincentivar o investimento permanece no centro do debate econômico.