O Ibovespa finalizou em queda de 1,18%, em 129.962,06 pontos nesta sessão de quarta-feira, em um dia marcado por baixa generalizada entre os principais ativos do mercado.
Segundo Felipe Castro, especialista em mercado de capitais e sócio da Matriz Capital, o desânimo dos investidores foi impulsionado pela divulgação do IPCA, que reverteu a deflação observada no período anterior, ficando levemente abaixo das expectativas do mercado. Produtos alimentícios e energia elétrica foram os principais responsáveis pela pressão inflacionária.
Além disso, a ata divulgada pelo Federal Reserve trouxe mais detalhes sobre a decisão de cortar os juros nos Estados Unidos, revelando uma tendência de desaceleração econômica e aumento do desemprego. Esse cenário fortalece a perspectiva de quedas menores nas próximas reuniões do Fed, o chamado “pouso suave”.
Apesar do cenário pessimista, algumas ações conseguiram se valorizar. Usiminas (USIM3) subiu, mesmo sem notícias relevantes sobre o minério no mercado internacional, o que sugere um movimento de compra por investidores institucionais. Pão de Açúcar (PCAR3) também registrou alta, destoando da tendência de pessimismo no varejo, e Embraer (EMBR3) manteve sua trajetória de valorização, acumulando alta de 175% nos últimos 12 meses.
Entre as quedas mais acentuadas estão Cogna (COGN3) e Yduqs (YDUQ3), que já enfrentavam dificuldades com resultados fracos e a concorrência crescente no setor educacional. A aversão ao risco no mercado contribuiu ainda mais para a queda das ações dessas empresas. Vivara (VIVA3), que vinha registrando recuperação, também devolveu parte dos ganhos recentes, refletindo as incertezas econômicas e fiscais no Brasil.
O dólar se valorizou frente ao real após a divulgação da ata do Fed, e os juros futuros registraram alta de 2% em quase todos os vencimentos, reforçando o pessimismo do mercado com a economia brasileira e a expectativa de necessidade de novos aumentos de juros para conter a inflação.