No mercado financeiro desta terça-feira, o cenário não foi favorável para as ações de mineradoras e siderúrgicas na bolsa brasileira. A expectativa em torno de estímulos econômicos amplos por parte da China acabou frustrando investidores, influenciando diretamente o desempenho de empresas do setor. Mineradoras líderes como Usiminas, CSN e Vale apresentaram queda significativa em seus papéis, refletindo a reação negativa do mercado.
O cenário foi agravado pelo anúncio de que a China adiantaria 100 bilhões de yuan do orçamento de investimento de 2025, com projetos de construção em foco, além de continuar emitindo títulos governamentais de longo prazo. A expectativa dos investidores, contudo, era de um pacote financeiro em yuan na casa dos trilhões, o que não se concretizou. Este descompasso entre expectativa e realidade resultou em ajustes no mercado financeiro.

O que levou às quedas nas ações de mineradoras e siderúrgicas?
A resposta pode estar na percepção de que a China, um dos maiores consumidores de minério de ferro do mundo, não irá expandir de forma significativa seus estímulos econômicos. O valor previsto para investimentos em infraestrutura e construção caiu como uma ducha de água fria para os traders, que esperavam iniciativas mais robustas.
A cotação do minério de ferro e outras commodities também sofreu um revés. Por exemplo, o minério caiu 2,37%, afetando diretamente o caixa das empresas que dependem desse recurso. A desaceleração esperada nos indicadores econômicos chineses fez com que muitos investidores repensassem suas estratégias, resultando na venda de ações para realização de lucro antes dos possíveis impactos negativos se consolidarem.
Como o mercado está reagindo às projeções econômicas chinesas?
Os recentes anúncios econômicos da China geraram preocupação entre investidores. O índice Hang Seng, por exemplo, caiu 9,41%, embora a Bolsa de Xangai tenha mostrado alguma recuperação. No entanto, esta recuperação foi insuficiente para trazer otimismo. O temor de uma desaceleração econômica, especialmente no setor imobiliário chinês, que já vem mostrando fraqueza, está pesando sobre as expectativas das empresas de mineração.
O que dizem os analistas sobre o terceiro trimestre para o setor?
Os analistas do BTG Pactual preveem um terceiro trimestre desafiador para empresas ligadas ao setor de mineração e siderurgia. Com o minério de ferro recuando 11%, o níquel 12% e o cobre 5% trimestralmente, espera-se que os resultados financeiros sejam afetados. Contudo, o ouro se destaca positivamente, atingindo máximas históricas, impulsionado por compras estratégicas de bancos centrais.
- BTG aconselha cautela na cobertura de shorts, ou posições vendidas, devido ao cenário volátil.
- Os resultados das grandes empresas estão diretamente ligados à resposta fiscal chinesa.
- Empresas como Vale e CSN/CMIN deverão reportar resultados trimestrais abaixo do esperado.
Qual a perspectiva para investidores no setor de mineração e siderurgia?
Para investidores, o cenário atual sugere uma avaliação cuidadosa das ações no setor. A volatilidade nos preços das commodities, somada à incerteza econômica chinesa, exige uma abordagem seletiva e criteriosa. As perspectivas fiscais e econômicas da China continuarão a ditar o ritmo das negociações nos próximos meses, e investidores devem manter um olhar atento sobre qualquer mudança nos estímulos do governo chinês.
Assim, enquanto alguns optam por estratégia defensiva e cautelosa, outros podem procurar oportunidades em ativos que, apesar do cenário desafiador, ainda oferecem potencial de crescimento e resiliência. É um momento de análise e adaptação às mudanças do mercado, valorizando informações atualizadas e panoramas econômicos globais.