O principal índice da bolsa de valores brasileira, o Ibovespa, registrou forte alta nesta quarta-feira (02), ultrapassando os 134 mil pontos. Esse avanço reflete o entusiasmo do mercado com a possível elevação da classificação de risco do Brasil pela agência de classificação de crédito Moody’s.
O índice brasileiro no fim, fechou em alta de 0,77%, em 133.514,94 pontos.
Segundo Felipe Castro, planejador financeiro e sócio da Matriz Capital, a alta está diretamente relacionada à expectativa de que o Brasil recupere o grau de investimento, perdido em 2015. “O rating das agências internacionais reflete o quão seguro é investir em determinado país ou empresa. Quando concedido o grau de investimento, o Brasil voltará ao grupo dos mercados mais ‘investíveis’, o que aumenta o volume negociado e impulsiona tanto o mercado de renda variável quanto o de renda fixa”, explica Castro.
Na sessão de hoje, o otimismo do mercado beneficiou principalmente o Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), a MRV Engenharia (MRVE3) e a Cyrela (CYRE3). As ações da PCAR3 subiram devido ao aumento da confiança no setor varejista brasileiro.
Já a MRVE3 teve uma alta expressiva de 5,65%, impulsionada pela venda de um empreendimento nos Estados Unidos por sua subsidiária, com lucro superior a R$ 50 milhões. Cyrela, por sua vez, foi favorecida pelas recomendações de compra emitidas por casas de análise e bancos para outubro.
Por outro lado, algumas empresas tiveram desvalorização. As ações da Vamos (VAMO3) caíram enquanto o mercado avalia a cisão de sua divisão de concessionárias, movimento que, segundo analistas, é positivo para a empresa. “Ainda assim, o mercado castiga a empresa por decisões erradas do passado, prejudicando a confiança no futuro”, observa Castro.
Brava Energia (BRAV3), que surgiu da fusão entre 3R e Enauta, também registrou perdas após o Citi revisar seu preço-alvo para baixo. Já BRF (BRFS3) teve uma queda mais modesta de 0,85%, sem eventos relevantes no noticiário que justificassem o movimento.
Apesar da euforia no mercado de ações, o dólar apresentou leve alta, demonstrando pouca reação à expectativa de melhora na classificação de risco do Brasil. Os juros futuros também mantiveram estabilidade, com nenhuma alteração na parte curta da curva e uma leve baixa na parte longa, sugerindo otimismo moderado com o longo prazo.