As diferentes gerações – Baby Boomers, Geração X, Millennials (Geração Y) e Geração Z – apresentam comportamentos distintos em relação aos investimentos. Um ponto de destaque é a crescente preferência das gerações mais jovens, especialmente os Millennials e a Geração Z, por ativos alternativos, que chegam a representar até 70% das carteiras desses investidores, de acordo com Arthur Farache, Sócio fundador da Hurst Capital.
Essa tendência reflete uma transformação significativa no mercado financeiro, com várias hipóteses explicando esse fenômeno.
“Por exemplo, o perfil do Millennial, que atualmente já tem até 43 anos, ilustra essa mudança. Diferente das gerações anteriores, esses investidores não se sentem tão atraídos por ações tradicionais, como as da Petrobras. Quando questionados, muitos preferem investir em ativos que consideram mais próximos de seus interesses e crenças, como catálogos de músicas de artistas como Beyoncé ou Justin Bieber”, disse Farache, durante participação no podcast Saracast da BM&C News, apresentado por Marco Saravalle
Farache aponta que esta mudança de comportamento no mercado financeiro tradicional ainda não foi completamente compreendida, inclusive pela academia. Segundo ele, a nova geração de investidores busca algo além dos tradicionais critérios de retorno, risco e liquidez, incorporando novas variáveis, como sustentabilidade, impacto social, propósito e, principalmente, senso de identidade e pertencimento. “Esses fatores, como a crença pessoal, têm se mostrado cruciais na decisão de alocação de recursos”, disse.
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Outro ponto importante destacado por Farache é a iminente transição geracional de riqueza. Ele afirma que nos próximos 10 a 15 anos, uma quantidade sem precedentes de trilhões de dólares passará das mãos dos Baby Boomers para as gerações mais jovens, especialmente a Geração Y, que terá a responsabilidade de tomar decisões de alocação.
“Esse cenário indica que haverá um grande número de investidores com capital significativo e uma preferência declarada por ativos alternativos, sinalizando uma mudança estrutural no mercado financeiro”, aponta o CEO da Hurst Capital.
Inspiração para o início
Farache também explicou como surgiu a ideia de criar a Hurst e proporcionar aos brasileiros o acesso a ativos alternativos de forma facilitada. “Desde 2014, venho empreendendo na área de fintechs e, ao longo desses anos, surgiu um movimento global de diversas fintechs especializadas em diferentes nichos de investimentos. Essas fintechs começaram a se destacar ao oferecer produtos como investimentos imobiliários, peer-to-peer lending em carteiras de consumo, investimentos em fazendas e em originadoras de crédito, que ficaram mais conhecidas a partir de 2009. Esse fenômeno chamou minha atenção, pois já estava envolvido nesse mercado, e acompanhei o crescimento dessas plataformas voltadas para teses específicas de investimento”, disse o executivo.
O principal ponto de referência foi a Yieldstreet, uma plataforma que oferece uma ampla variedade de ativos dentro da classe de investimentos alternativos. “A Yieldstreet proporciona acesso a ativos como crédito estruturado, obras de arte e financiamento de transporte marítimo, entre outros. Observando esse modelo, percebemos uma oportunidade de trazer algo semelhante para o Brasil e América Latina, e até expandir para países onde a Yield Street ainda não atua”, afirmou o executivo.
Farache disse ainda que nos Estados Unidos, por conta do tamanho do mercado, muitas fintechs conseguem nascer, crescer e ser vendidas sem sair do país. “No entanto, há um vasto mercado internacional ainda inexplorado. Assim, embora admiramos plataformas que exploram nichos específicos, nossa inspiração principal é seguir um modelo mais amplo, como o da Yieldstreet, que abrange diversas subclasses de ativos alternativos”, concluiu.
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