A reta final de setembro reservou dias intensos nos mercados mundiais. A semana poderia ter sido mais produtiva se o mercado não estivesse mais preocupado com o presente do que com o futuro. É o que diz o trader Marco Prado que analisa os principais fatos da economia global. “Os dois pacotes de estímulos na economia chinesa surtiram efeito mais local do que global. É claro que não podemos descartar o impulsionamento nas commodities metálicas. A Vale por exemplo, pegou carona e subiu mais de 13% na semana, dando um empurrão para o Ibovespa manter-se próximo do patamar de 133 mil pontos”, destaca ele.
Nos Estados Unidos as novidades foram além dos dados: a Meta anunciou o mais novo óculos inteligente, que ajudou o desempenho da Nasdaq. Além disso, Dow Jones e S&P 500 renovaram máximas históricas nessa semana. “A leitura final do PIB do segundo trimestre de 2024 permaneceu sólida: 3% na base anualizada, acima do trimestre anterior, revisado em alta, de 1,4% para 1,6%. O PCE (dado de inflação mensal de agosto), saiu um pouco abaixo das projeções, mostrando que é ainda prematuro qualquer palpite para a significância no próximo corte do FED”, analisa Prado.
No Brasil, o destaque foi a ata do Banco Central, que deixou em aberto o ajuste monetário. O risco fiscal permanece em pauta, com juros longos estressados e dólar volátil. “Ao mesmo tempo, o IPCA trouxe um alívio momentâneo, tanto que a curva de juros caiu na semana e o mercado está olhando o fiscal para 2025 preocupante”, diz o trader. Na política econômica, a visita do ministro Fernando Haddad e do presidente Lula às agências de classificação de risco em Nova York ainda não surtiu o efeito esperado por eles. “A Fitch já jogou um balde de água fria dando a entender que a nota de ‘moderado’ não virá no próximo ano, mesmo com o lobby do ministro da Fazenda Fernando Haddad. Por toda a eternidade gastamos mais do que podemos e por isso andamos em círculos com a esperança de que aquilo que não mata, fortalece”, conclui Marco Prado.