No atual cenário econômico do Brasil, uma alta superficial no PIB mascara as deficiências estruturais que impedem um desenvolvimento sustentável. “A formação bruta de capital e investimento é a plantação do futuro”, analisa economista Vandyck Silveira durante entrevista, destacando a ausência de um crescimento consistente nesse setor crítico.
Os gargalos logísticos no Porto de Santos exemplificam desafios maiores enfrentados nacionalmente. Vladimir Matos, operador marítimo, compartilha sua frustração: “Passo três semanas esperando para pegar os caminhões que chegam ao porto.” Este cenário revela a inadequação das infraestruturas existentes, que não só atrasam, mas também encarecem a produção nacional.
Política Fiscal e Seus Efeitos Colaterais
A estratégia de impulso fiscal adotada pelo governo, embora aumente o consumo, não gera riqueza nova, apenas redistribui a existente, criando um ciclo vicioso de dependência sem fomentar a produção autêntica. “Para tirar de mim R$ 1 e passar para você, a máquina desaparece com alguma coisa”, critica Silveira, enfatizando a ineficiência do sistema.
A predominância do setor de serviços, ocupando mais de 70% do PIB, contrasta com os modestos 11% atribuídos à indústria. “Precisamos prestar muito atenção como estamos construindo o PIB”, alerta Silveira, apontando para a necessidade urgente de reavaliar as políticas econômicas.
A dependência de políticas governamentais para a regulação de salários e benefícios, sem correspondente aumento de produtividade, é uma prática que precisa ser revista. “Não deveríamos ter aumentos automático”, propõe Vandyck Silveira, advogando por uma abordagem mais responsável e baseada em dados concretos.