O Banco do Japão (BoJ) decidiu nesta sexta-feira (20) manter as taxas de juros inalteradas, após ter elevado a taxa em julho para 0,25%, saindo da faixa anterior de 0% a 0,1%.
Esse aumento marcou o fim de sua política de juros negativos, praticada por quase duas décadas, e foi o primeiro ajuste significativo em 17 anos. A decisão de manter a taxa foi tomada por unanimidade entre os membros do comitê de política monetária, durante uma reunião de dois dias.
Essa decisão ocorre em um contexto político importante, com o Partido Liberal Democrata, atualmente no poder, se preparando para eleger um novo presidente que sucederá Fumio Kishida como primeiro-ministro do Japão na próxima semana.
Segundo Kazuo Ueda, presidente do BoJ, os indicadores econômicos recentes têm atendido às expectativas da instituição, e novos aumentos nas taxas podem ocorrer, caso a economia e os preços sigam em uma trajetória de crescimento. “Se a economia continuar no caminho certo, ajustaremos as taxas conforme necessário”, afirmou Ueda durante entrevista coletiva.
O aumento inesperado de julho gerou uma reação rápida nos mercados, surpreendendo os investidores e causando uma valorização significativa do iene. O impacto também foi sentido no índice Nikkei, que sofreu a maior queda diária no início de agosto.
Com a possibilidade de novos aumentos ainda em 2024, os mercados permanecem atentos aos próximos movimentos do BoJ, à medida que o banco busca equilibrar o crescimento econômico e a estabilidade de preços.