Nesta semana, o mercado financeiro global foi impactado por diversas decisões de política monetária que refletem a cautela dos principais bancos centrais. As movimentações influenciam diretamente o comportamento dos investidores e a confiança no cenário econômico global.
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed) realizou um corte de 0,50% na taxa de juros. Marco Prado, trader e analista de mercado, destacou que o Fed foi “condescendente com o mercado”, mas alertou que o corte “não quer dizer que o orçamento total da flexibilização monetária vá ser maior e mais agressivo”. Ainda restam duas reuniões do comitê de política monetária (FOMC) este ano, e os membros estão divididos entre encerrar 2024 com uma taxa entre “4,50% a 4,75%, ou 4,25% a 4,50%”. Prado ressaltou a importância dos próximos indicadores econômicos para definir o caminho do banco central americano.
Com os ativos já ajustados ao recente corte, Prado apontou que no futuro “0,25% faz toda a diferença” para os investidores que, olhando para 2025, observam o mercado com “cautela”, a palavra-chave deste ano. Outros bancos centrais também adotaram posturas prudentes. No Japão, o banco central manteve os juros em 0,25%, adiando um aumento que era amplamente esperado. Na China, as taxas de empréstimos foram mantidas, enquanto na Europa, Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), já sinalizou um corte de 0,25% em dezembro.
No Brasil, o Banco Central decidiu elevar a taxa Selic em 0,25%. Para Marco Prado, o mercado agora aguarda a divulgação da ata do Copom, que será publicada na próxima terça-feira, para entender melhor os próximos passos da política monetária brasileira. “A curva dos DIs já empinou novamente”, comentou Prado, sinalizando a expectativa de um ciclo de alta mais prolongado para os juros futuros. O contexto atual sugere que a bolsa e o dólar devem apresentar um “viés de baixa e menor volatilidade”, resultado de “falta de confiança, inflação à vista e pouco dinheiro circulando na renda variável”.
Muitos fundos multimercados continuam a enfrentar dificuldades, segundo Prado, e “terão que correr atrás do prejuízo”. Ele enfatizou que, mesmo com as incertezas tradicionais do mercado, “teremos emoção até o último dia útil do ano”.
As decisões desta semana mostram que a cautela segue predominando nas principais economias, com ajustes pontuais nas taxas de juros e expectativas moderadas para o futuro próximo, tanto no Brasil quanto no cenário internacional.