A produção de alimentos, no que diz respeito à agricultura, não é a única que sofre. Muitas queimadas atingiram grandes proporções, causando morte de animais, perda de culturas agrícolas e prejuízos com infraestruturas rurais e urbanas. Além do impacto econômico, social e ambiental, as queimadas afetam as propriedades físicas, químicas e biológicas dos solos.
Grandes quantidades de carbono, nitrogênio, potássio e enxofre são perdidas para a atmosfera. Em longo prazo, essa alteração no solo causada pelo fogo tem consequências na biodiversidade e na manutenção dos ecossistemas. Pesquisas indicam que o fogo compromete a qualidade do solo e a produtividade no decorrer do tempo.
Como as Queimadas Afetam a Qualidade do Solo?
A queima da cobertura vegetal deixa a área descoberta, levando a maior absorção da radiação solar, com ampliação da temperatura e do ressecamento ao longo do dia. Porém, à noite, ocorre a perda de calor pela exposição, elevando assim a amplitude das variações térmicas diárias. Essas oscilações prejudicam a absorção de nutrientes e abalam a biologia do solo.
Quanto Tempo é Necessário para Recuperar o Solo? Entenda
A recuperação do solo pode levar cerca de três anos, com custos elevados para os produtores. “Porém, o manejo adequado do solo, aplicando boas técnicas, pode trazer benefícios no combate às mudanças climáticas nos próximos anos”, avalia o pesquisador Alberto Bernardi, da Embrapa Pecuária Sudeste e especialista em solos.
Milhares de Focos de Queimadas: Uma Realidade Assustadora?
Conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Brasil registrou 68.635 focos de queimadas em agosto de 2024. É um crescimento de 144% em relação ao mesmo período de 2023, quando o país registrou 28.056 focos de incêndio. Esse aumento alarmante aponta para a urgência em adotar medidas de conservação e recuperação do solo.