Os incêndios na vegetação do Distrito Federal aumentaram desde a última sexta-feira. É o que se pode ver na sequência de imagens captadas pelo satélite Terra/Modis operado pela NASA, entre os dias 13 e 16 de setembro de 2024. Os pontos vermelhos representam focos de fogo. Além da fumaça, os brasilienses convivem com calor acima de 30°C. A situação é alarmante e exige atenção imediata.
Nesta segunda-feira, Brasília registrou a maior temperatura de 2024, até o momento. O Instituto Nacional de Meteorologia registrou 33,2°C de temperatura máxima às 15 horas. Este valor é provisório e poderá sofrer um acréscimo na nova leitura termométrica que será feita às 21h. O recorde anterior de maior temperatura em 2024 era de 32,8°C, em 4 de setembro.
Como a Seca Afeta Brasília no Distrito Federal?
No entanto Brasília completou nesta segunda-feira, 16 de setembro, 146 dias sem precipitações igual ou acima de 10 mm em 24 horas. Este é um valor de referência usado para chuva relevante. A falta de chuva não é apenas um inconveniente para a agricultura e o abastecimento de água, mas também contribui para a intensificação dos incêndios florestais, piorando a qualidade do ar e a saúde pública.
No entanto a última chuva significativa em Brasília foi entre 21 e 22 de abril, quando choveu quase 20 mm, de acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia. Desde então, a cidade não registrou precipitações consideráveis, agravando a situação de seca na região. Este ano, a chuva parou mais cedo. Não teve chuva em maio, quando ainda há chance de chuva moderada a forte. Em 2022, choveu em maio.
Quais são as Perspectivas para a Chuva no Distrito Federal?
Nesta segunda completamos 146 dias sem precipitação igual ou acima de 10 mm, em 24 horas. Porém, este número tende a aumentar, pois não há previsão de chuva pelo menos até o dia 22 de setembro. Em 2004, Brasília ficou 147 dias sem precipitações. A seca mais longa da história de Brasília ocorreu em 1963, quando a cidade ficou 163 dias sem chuva.
Assim no médio prazo, a chance de alguma chuva na região do DF é remota até o fim de setembro. Se não chover até o dia 3 de outubro, o recorde histórico de 163 dias sem precipitação relevante (igual ou acima de 10 mm) será igualado. Isso é preocupante, pois prolonga não só a seca, mas também os problemas associados a ela, como a qualidade do ar e a disponibilidade de água.
O Efeito da Secura no Ar
Sem dúvida o inverno é normalmente muito seco no Distrito Federal e os níveis de umidade abaixo dos 20% são comuns. Os menores índices de umidade no ar DF este ano ocorreram na primeira quinzena de setembro de 2024. Este dado é um reflexo claro da dificuldade climática que a região está enfrentando. Veja abaixo alguns dos menores índices de umidade registrados:
- Brasília: 10%
- Águas Emendadas: 10%
- Paranoá: 11%
- Brazlândia: 9%
- Gama (Ponte Nova): 7%
Todos esses dados são do Instituto Nacional de Meteorologia, ilustrando bem a seriedade da secura do ar no Distrito Federal.
Impacto da Chuva Abaixo da Média
No entanto o gráfico abaixo mostra o quanto choveu em Brasília em cada mês de 2024 até 16 de setembro (números azuis e barras azuis) comparado com a média histórica de precipitação para cada mês (números verdes e linha verde). O total de chuva de 1º de janeiro até 16/9/2024 foi de 861,6 mm, o que corresponde a 58% da média de precipitação anual, que é de aproximadamente 1477 mm.
- Janeiro: 150 mm (média: 200 mm)
- Fevereiro: 180 mm (média: 210 mm)
- Março: 100 mm (média: 180 mm)
- Abril: 80 mm (média: 170 mm)
- Maio a Setembro: 351,6 mm (total médio esperado: 717 mm)
Em suma, esta comparação deixa claro o quanto a região está abaixo da média histórica de precipitação, contribuindo para a situação crítica que Brasília enfrenta hoje.