O Brasil é um dos gigantes mundiais no setor agrícola, desempenhando um papel crucial na produção e exportação de alimentos. Com grandes áreas cultiváveis, clima propício e ricos recursos naturais, o país lidera a produção de grãos como soja e milho e a exportação de carne bovina, café, açúcar e suco de laranja. Além de abastecer o mercado interno, a agricultura brasileira é vital para a segurança alimentar global, atendendo à crescente demanda por alimentos em um mundo com população em expansão.
Esse destaque é fruto de avanços tecnológicos, ações eficientes e o vigor de um setor em constante evolução, consolidando o Brasil como uma potência agrícola. Nos últimos anos, uma transformação significativa impulsionada por inovações tecnológicas tem moldado o agronegócio, aumentando a eficiência, produtividade e sustentabilidade das operações rurais.
Quais são as principais inovações tecnológicas no agronegócio?
Uma das inovações mais destacadas é a rastreabilidade de produtos agrícolas. Utilizando tecnologias como códigos de barras, QR codes e RFID (Identificação por Radiofrequência), os produtores podem monitorar toda a cadeia produtiva, desde a origem até a chegada dos alimentos ao consumidor final. Essa rastreabilidade garante a qualidade dos produtos e oferece maior transparência e segurança alimentar.
Os drones também têm se tornado ferramentas indispensáveis. Equipados com câmeras de alta resolução e sensores, eles monitoram vastas áreas de plantio, identificando problemas como pragas, falta de nutrientes ou falhas na irrigação. Além disso, são usados na aplicação de defensivos agrícolas, cobrindo grandes áreas com precisão, reduzindo o uso de insumos e o impacto ambiental.
Como a Internet das Coisas (IoT) está transformando o campo?
A adoção da Internet das Coisas (IoT) revolucionou o monitoramento de fazendas. Sensores instalados no campo coletam dados em tempo real sobre condições do solo, umidade, temperatura e saúde das culturas, permitindo que os agricultores tomem decisões informadas e atualizadas. Esses dados são integrados em plataformas digitais que facilitam a gestão da produção e otimização de recursos.
Tratores equipados com sistemas de GPS representam outro avanço significativo no agronegócio. Com navegação de alta precisão, esses veículos realizam atividades como plantio e colheita de forma eficiente, seguindo rotas programadas e reduzindo o consumo de combustível. O georreferenciamento permite mapear com precisão as propriedades rurais, melhorando a gestão do uso do solo e solucionando conflitos fundiários.
E quanto aos tratores elétricos?
Para gerir essa complexidade, os agricultores utilizam softwares de gestão de fazendas. Essas plataformas consolidadas reúnem informações de várias fontes, permitem o planejamento detalhado das operações agrícolas, monitoramento em tempo real e análise de dados para decisões estratégicas. Elas facilitam desde o planejamento do plantio até a comercialização dos produtos, incluindo aspectos logísticos e de mercado.
Um exemplo inovador é o projeto da MWF Technologies, uma empresa brasileira que desenvolveu o trator elétrico MWF TE-200. Esse trator, o primeiro movido a energia elétrica no Brasil, ganhou destaque em eventos como a Agrishow e o Rio+Agro. A empresa, fundada por engenheiros com experiência em indústrias de motores na Alemanha e nos Estados Unidos, busca soluções sustentáveis e eficientes para o agronegócio.
Alguém motivado a empreender no agronegócio?
A revolução tecnológica no agronegócio trouxe não apenas aumentos significativos na produtividade, mas também uma produção mais sustentável e responsável. Com essas tecnologias, o Brasil continua a ser um líder global na produção de alimentos, com impacto ambiental reduzido e maior retorno econômico para os produtores. Esse cenário favorável abre diversas oportunidades para empreendedores e investidores interessados no setor.
Por: Felipe Marinho Masid, Especialista em Gestão de Agronegócios pela UFRRJ. Administrador de Empresas, Gestor de Projetos, Gestor Público – Diretor Geral de Administração e Finanças da SEPLAG. Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão.