No debate recente do programa “Mercado & Beyond” da última segunda-feira (16), Bruno Musa, economista, destacou a crucial relação entre educação e produtividade como motor para o crescimento econômico do Brasil. Comparando o Brasil com a Coreia do Sul, Musa explica como o investimento em educação transformou a economia coreana, enquanto o Brasil ainda luta com políticas educacionais defasadas e baixa produtividade.
“A produtividade da Coreia era menor do que a do Brasil; hoje, é mais de três vezes maior”, destacou Musa. Essa transformação resulta de um investimento robusto e estratégico em educação, visando não apenas a formação tradicional, mas também a integração com as demandas tecnológicas contemporâneas, como a inteligência artificial.
Desafios Educacionais no Brasil
Segundo Musa, o Brasil se depara com um cenário de estagnação educacional onde “29% dos brasileiros são analfabetos funcionais”. Este dado alarmante revela uma falha crítica na preparação dos cidadãos para as exigências do mercado de trabalho atual, comprometendo diretamente a produtividade econômica nacional.
“A inteligência artificial já é algo que conseguimos manusear de alguma maneira”, afirmou Musa, apontando para a necessidade urgente de atualizar as habilidades tecnológicas da força de trabalho brasileira. Ele menciona exemplos internacionais, como Hong Kong, que estão investindo bilhões para educar suas populações mais velhas em tecnologias emergentes.
Uma parte significativa da discussão focou na “cultura do vitimismo” que, segundo Musa, prejudica a mentalidade produtiva necessária para o avanço econômico. Ele criticou a narrativa de que baixos salários são resultado de exploração, em vez de refletirem a baixa produtividade individual.
Para reverter esse cenário, Musa sugere uma reforma profunda nas políticas educacionais e trabalhistas, orientando-as para a realidade do século XXI. Ele também destaca a importância de uma educação financeira robusta para combater a desigualdade e promover um desenvolvimento econômico sustentável.