Quando Guilherme Champi se viu diante dos elevados gastos com o tratamento de câncer de sua mãe em 2023, ele começou a refletir sobre sua própria aposentadoria. Como profissional do mercado financeiro, Champi decidiu incrementar sua previdência com um PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre), visando garantir uma renda complementar no futuro.
Com apenas 30 anos, Champi tem o tempo a seu favor. Décadas de juros compostos farão muito bem para sua renda complementar. Contudo, não existe uma idade limite para começar a investir em previdência privada; o que é realmente ruim é não ter qualquer poupança desse tipo.

O Que é PGBL e Como Ele Funciona?
Champi escolheu o PGBL principalmente por causa do benefício fiscal. Imagine que você ganha R$ 15 mil por mês como CLT. Para obter o benefício fiscal, é permitido aplicar até 12% da sua renda bruta anual, o que no caso seria um limite de aportes anuais de R$ 23,94 mil. Na hora de declarar o Imposto de Renda, você informa à Receita Federal esses valores, gerando uma restituição de até 27,5%, ou seja, R$ 6,583 mil.
Vale lembrar que aquele dinheiro não é “grátis”; é um adiantamento sobre o imposto que será pago quando houver resgate dos recursos. O principal diferencial do PGBL é que os impostos incidem sobre o montante total investido, ao contrário do VGBL, onde incidem apenas sobre os rendimentos.
PGBL Vale a Pena em Emergências?
Um ponto de atenção é que sacar o dinheiro antes de dois anos pode resultar em um alto valor de imposto. Por exemplo, se os R$ 23,94 mil investidos se tornarem R$ 27 mil, você pagará 35% de imposto sobre o montante total, resultando em R$ 9,45 mil. Portanto, o PGBL é ideal para prazos mais longos, acima de 10 anos, onde a tributação pode cair para 10%.
O VGBL Como Alternativa
Além do PGBL, Champi também investiu em VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) há quatro anos, em uma época em que não tinha rendimentos suficientes para aproveitar o benefício fiscal do PGBL. O VGBL não oferece o benefício de aumentar a restituição do imposto, mas a cobrança dos tributos é feita apenas sobre os ganhos, o que muitas vezes torna-se mais simples e direto.
Como Escolher Entre PGBL e VGBL?
Ambos os planos não são sujeitos ao conhecido “come-cotas”, uma cobrança antecipada de imposto sobre aplicações em fundos de investimento. Champi, agora com ambos os produtos, planeja parar de trabalhar aos 60 ou 65 anos, preferindo não revelar o valor perseguido para complementar sua aposentadoria. Para garantir uma renda extra mensal significativa no futuro, é crucial começar a poupar o quanto antes, aproveitando os juros compostos a longo prazo.
Planejamento de Aportes
Para atingir uma renda extra de R$ 11 mil no futuro (considerando uma inflação de 4% ao ano), seria necessário investir R$ 3,28 mil por mês durante 20 anos. Já um prazo menor, de 10 anos, exigiria aportes mensais de R$ 8,16 mil, evidenciando a desproporção causada pelo tempo curto de acumulação.
PGBL e VGBL: Considerações Finais
Para quem ganha R$ 15 mil mensais, o teto de 12% da renda bruta anual seria R$ 23,9 mil, equivalente a R$ 1,99 mil mensais, o que não é suficiente para garantir uma renda de R$ 11 mil no futuro. Um salário mais alto, por volta de R$ 28,7 mil mensais, seria necessário para aproveitar totalmente os benefícios fiscais do PGBL.
Em resumo, tanto o PGBL quanto o VGBL têm suas vantagens e desvantagens. No entanto, uma coisa é certa: começar a investir cedo e manter a disciplina no reinvestimento dos rendimentos é crucial para garantir uma aposentadoria tranquila e financeiramente estável.