A semana foi cheia de novidades com projeções atualizadas para os mais importantes dados da economia. Na segunda-feira o boletim Focus trouxe uma previsão de Selic em 11,25%, muito acima do patamar anterior: 10,5%. O movimento vai na contramão da expectativa para o corte no intervalo de juros nos Estados Unidos e para o corte já sacramentado na Zona do Euro. “A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, anunciou mais um corte de 0,25% e mostrou preocupação com o crescimento da Alemanha e do Reino Unido”, pontua o trader Marco Prado.
A bolsa brasileira viu uma saída do capital estrangeiro, num movimento contrário ao observado em julho e agosto. No câmbio, podemos estar perto de um novo patamar: “Pudemos observar nessa semana um fluxo constante de saída do dólar, deixando a moeda em patamares elevados, porém o IBC-BR de hoje pode derrubar o dólar para $ 5,45 nos próximos dias”, analisa Prado.
A semana ainda trouxe um alívio para o bolso dos brasileiros. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação no Brasil, apresentou uma leve queda de 0,02% em agosto. É o primeiro registro de deflação no ano e a menor variação desde junho de 2023, quando o índice recuou 0,08%.
Estados Unidos
Em relação à inflação americana, Prado comenta que “o mercado se deu conta que o antídoto está no veneno”, ou seja após o CPI e PPI está sacramentado o corte de juros na próxima semana. “O consenso de 0,25% deve ser mantido, mesmo após a repercussão sobre a matéria do The Wall Street Journal com o ex-presidente do Fed de Nova York defendendo que há argumentos em favor de um afrouxamento mais agressivo”, aposta o trader.
O que também chama atenção de Marco Prado é a paridade do Real com a moeda do México: “O país será o primeiro do mundo a eleger seus juízes. Serão nove e não mais onze. Eles terão teto salarial no máximo igual ao do presidente Andrés Manuel López Obrador. Isso fez com que o peso mexicano voltasse a paridade com o nosso Real, que continua volátil e sem líquidez”. Para fechar a semana vimos o Petróleo Brent se acomodar a um preço em torno de U$S
72, com as petrolíferas brasileiras tendo recomendações revisadas pra baixo. “Em resumo não está fácil pra ninguém. O que podemos torcer é um ajuste positivo geral das principais economias para pegarmos uma carona. É de extrema importância que venha um grau de investimento para surfar uma marola, por que onda gigante só em Nazaré”, conclui Prado.