Em um cenário de crescente tensão econômica, analistas de mercado financeiro projetam novas elevações na taxa básica de juros, a Selic. De acordo com o relatório “Focus” do Banco Central divulgado nesta segunda-feira, a expectativa é que a Selic suba dos atuais 10,50% para 10,75% na próxima semana durante a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Até então, mais de 100 instituições financeiras acreditavam na manutenção da taxa, mas a recente mudança no comportamento econômico elevou as previsões.
O ajuste projetado na Selic para a reunião da próxima semana é apenas o começo, segundo o mercado. As projeções indicam novas altas até o final do ano, com a taxa de juros devendo alcançar 11,25% em 2024, um acréscimo significativo comparado aos anteriores 10,50%. Em 2025, a expectativa também aumentou, passando de 10% para 10,25%. Essa mudança drástica nas previsões ocorre após 11 semanas consecutivas onde o mercado não esperava alterações na Selic para este ano.
Por que o aumento da Selic está sendo necessário?
A necessidade de ajuste na Selic vem diante do desconforto do Banco Central com a inflação que se distanciou do centro da meta estabelecida. A meta oficial para 2024 é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. A discrepância nas taxas inflacionárias desencadeou uma reação das autoridades do BC, que enfatizaram em declarações recentes que um aumento na Selic está sendo cogitado seriamente.
Como a mudança na Selic afeta as previsões econômicas para 2024?
A elevação na projeção da Selic também é reflexo das pressões econômicas adicionais, como o desempenho fiscal do governo. Com um rombo acumulado, as contas do governo dificultam o alcance da meta de déficit zero, contribuindo para as revisões negativas nas previsões econômicas.
Qual a previsão do mercado para outros indicadores econômicos?
Além da taxa Selic, a pesquisa “Focus” revelou outras expectativas econômicas para 2024 e 2025. A estimativa para o PIB deste ano foi elevada de 2,46% para 2,68% após o IBGE reportar um crescimento de 1,4% no segundo trimestre, superando a expectativa inicial de 0,9%. Para o próximo ano, a previsão é um crescimento de 1,90%, ligeiramente acima dos 1,85% anteriores.
A inflação também sofreu ajustes. A previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu ligeiramente de 4,26% para 4,30% para este ano. Em 2025, o índice deve permanecer em 3,92%. No câmbio, a expectativa é que o dólar termine este ano em R$ 5,35, acima dos R$ 5,33 previstos anteriormente, enquanto para o próximo ano, deve fechar em R$ 5,30, inalterado em comparação com a semana passada.
O que as autoridades do Banco Central têm afirmado sobre o futuro da Selic?
Autoridades do Banco Central, em pronunciamentos recentes, indicaram que a opção de elevar a Selic está claramente sobre a mesa na próxima reunião do Copom. De acordo com os representantes da instituição, ajustes na taxa são necessários para alinhar a inflação ao centro da meta e, dessa forma, garantir a estabilidade econômica no país.
- Aumento da Selic projetado para 10,75% na próxima semana.
- Previsão de Selic em 11,25% até o final de 2024.
- Piora nas contas do governo contribui para ajustes.
- Crescimento do PIB e inflação também revisados.
Essa mudança nas previsões econômicas destaca a volatilidade e os desafios que o Brasil enfrenta para estabilizar sua economia e alcançar suas metas financeiras. O próximo encontro do Copom será um evento crucial para observar como essas expectativas se materializarão.