As cotações do petróleo fecharam em alta pela segunda sessão consecutiva, nesta quinta, 12, impulsionadas pelos efeitos da tempestade Francine, que interrompeu parte da produção no Golfo do México. De acordo com o governo americano, cerca de 670.000 barris por dia (bpd) de produção foram interrompidos, o que representa mais de um terço da produção de petróleo da região. Além disso, a queda do dólar e a retração das vendas por traders orientados por algoritmos ajudaram a sustentar o preço da commodity.
A tempestade trouxe um alívio temporário para o mercado, que tem sido pressionado pelas perspectivas de enfraquecimento da demanda no maior importador mundial, a China, e pelos sinais de desaceleração econômica nos Estados Unidos. A Agência Internacional de Energia (AIE) reforçou esse cenário, afirmando que o crescimento da demanda global por petróleo está desacelerando à medida que a economia chinesa esfria. A AIE também prevê um excesso de oferta para o próximo ano, mesmo com a manutenção dos cortes de produção pela Opep+.
No fechamento do dia, o petróleo Brent para novembro subiu 1,93%, encerrando a US$ 71,97 por barril na ICE. Já o WTI para outubro avançou 2,47%, fechando a US$ 68,97 por barril na Nymex.
Esses movimentos no mercado internacional têm impacto direto nas projeções para as empresas de óleo e gás brasileiras. Recentemente, o Bradesco BBI revisou suas recomendações e preços-alvo para algumas das principais “junior oils” do país, incluindo 3R Petroleum, Petroreconcavo e Prio, que tiveram suas estimativas ajustadas para baixo.
O mercado vem monitorando de perto as variações nos preços do petróleo, que influenciam diretamente o desempenho de empresas do setor de óleo e gás, inclusive no Brasil.
Recentemente, o Bradesco BBI divulgou seu radar de recomendações para algumas das principais empresas do setor, reavaliando os preços-alvo das chamadas “junior oils”, empresas brasileiras focadas na exploração e produção de petróleo e gás natural.
- 3R Petroleum (RRRP3): O preço-alvo foi ajustado de R$ 45,00 para R$ 40,00, ainda com recomendação de “Outperform”. Isso indica um potencial de valorização de 65,2% sobre o fechamento do último pregão.
- Petroreconcavo (RECV3): O preço-alvo passou de R$ 30,00 para R$ 28,00, com a recomendação também mantida em “Outperform”, sugerindo um potencial de alta de 47,6%.
- Prio (PRIO3): O Bradesco BBI reduziu o preço-alvo de R$ 73,00 para R$ 70,00, com recomendação “Outperform” e potencial de valorização de 65,1%.
Revisões para Petrobras
Além dessas empresas, a Petrobras também foi alvo de revisões recentes. O Bradesco BBI cortou o preço-alvo da estatal de R$ 51,00 para R$ 48,00, mantendo a recomendação de “Outperform”. O novo valor implica um potencial de alta de 28,5% em relação ao fechamento do último pregão.
O Goldman Sachs também revisou suas projeções para a Petrobras, reduzindo o preço-alvo da ação ordinária em 10%, para R$ 43,40, e da ação preferencial para R$ 39,40. A recomendação de compra foi mantida. Os analistas veem potencial para a empresa distribuir até US$ 6 bilhões em dividendos extraordinários, sendo US$ 4 bilhões até o final deste ano e US$ 2 bilhões no primeiro semestre de 2025. Contudo, alertam para o risco de que a Petrobras possa exceder o limite de dívida bruta, o que poderia impactar suas estimativas de dividendos extras e sua posição de caixa no futuro.
O contexto global de queda nos preços do petróleo está sendo monitorado de perto pelos analistas, que ajustam suas previsões para empresas brasileiras do setor, refletindo as novas dinâmicas de mercado e os desafios que podem surgir para a Petrobras e outras companhias de exploração de petróleo e gás.