O mercado de minério de ferro está em alta, com projeções indicando que o preço deve se manter entre US$ 90 e US$ 100 por tonelada em 2025. Esse cenário exige que investidores escolham mineradoras bem fundamentadas com baixos custos de produção, focando especialmente naquelas que oferecem dividendos atrativos.
No mercado de ações brasileiro, duas empresas se destacam: a Vale (VALE3) e a CSN Mineração (CMIN3). A Vale, sendo a líder no setor, carrega um histórico de desastres ambientais, enquanto a CSN Mineração vem atraindo atenções pela sua baixa dívida e robustos dividendos. Com preços acessíveis — cerca de R$ 6 por ação da CSN Mineração contra quase R$ 57 pela Vale —, a escolha se torna complexa para aqueles que buscam renda passiva a partir de dividendos.

Diferenciação entre Vale e CSN Mineração
A principal diferença entre as duas empresas está na capacidade de produção. A Vale produz 320 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, comparado aos 42 milhões de toneladas da CSN Mineração. Esta diferença resulta em um custo de produção total mais baixo para a Vale.
Em termos de faturamento, o contraste também é grande. A Vale fatura cerca de R$ 210 bilhões anualmente, enquanto a CSN Mineração registra aproximadamente R$ 18 bilhões. Além de minério de ferro, a Vale trabalha com metais como níquel e cobre, o que diversifica suas fontes de receita e reduz riscos.
Quais são os riscos e vantagens de investir na Vale?
Investir na Vale envolve riscos como a dependência do mercado chinês, mudanças na diretoria e as indenizações pelos desastres ambientais em Mariana e Brumadinho. No entanto, a escolha de Gustavo Pimenta como novo CEO, que é um veterano da empresa, trouxe estabilidade.
A Vale possui uma política clara de dividendos, pagando semestralmente 30% de seu Ebitda ajustado. Adicionalmente, a empresa tem a capacidade de pagar dividendos extraordinários quando a situação financeira permite.
Por que alguns analistas recomendam a CSN Mineração?
A CSN Mineração é apontada como uma opção viável devido à sua baixa alavancagem e projetos futuros que devem aumentar a produção. Com uma dívida líquida negativa, a empresa consegue investir nos seus projetos sem comprometer a capacidade de distribuir dividendos. Na prática, a CSN já pagou entre 70% e 100% do lucro aos seus investidores.
Vale a pena investir na Vale ou CSN Mineração?
Para a maioria dos analistas, a Vale (VALE3) é a melhor alternativa para exposição ao minério de ferro. A combinação de baixo endividamento, alta robustez operacional e dividendos atrativos torna a Vale uma escolha segura. A empresa está negociando a múltiplos mais baixos que a CSN Mineração, indicativo de maior desconto e potencial de valorização.
Na CSN Mineração, o maior risco está na alta exposição ao preço do minério de ferro, o que a torna mais suscetível a flutuações de mercado. Mesmo assim, a CSN tem o respaldo de um controlador forte, a CSN (CSNA3), que detém quase 80% das ações ordinárias, garantindo estabilidade e uma frequência alta de dividendos.
Afinal, qual é a melhor forma de aproveitar os dividendos?
O consenso é que tanto a Vale quanto a CSN Mineração podem ser boas escolhas dependendo da estratégia do investidor. Se um investidor prioriza estabilidade e diversificação, a Vale é a melhor opção. Já para aqueles que buscam retorno de dividendos mais agressivo e com menor alavancagem, a CSN Mineração pode ser mais atraente.
Aqui estão algumas das expectativas de dividendos para ambos:
- Vale (VALE3): Dividend yield projetado de 9% para os próximos 12 meses
- CSN Mineração (CMIN3): Dividend yield variando entre 6% e 9%
Portanto, ambos os investimentos têm seu mérito, e a escolha final dependerá das metas individuais e do perfil de risco de cada investidor.