Recentemente, um casal de influenciadores digitais foi acusado de operar um esquema de rifas ilegais pela internet. Os indivíduos, Gladison Pieri e Pâmela Pavão, residentes de Canoas (RS), foram detidos em Balneário Camboriú (SC). A denúncia surgiu após uma matéria exibida no programa Fantástico, onde foi revelado que o casal promovia sorteios online com valores ínfimos.
Durante a ação policial, diversos bens de luxo, incluindo 49 veículos, foram apreendidos. Esse incidente trouxe à tona a questão da legalidade dos sorteios e rifas no país, que é cercada de regras específicas.
A detenção não foi um caso isolado. Em Goiás, autoridades descobriram um esquema semelhante que movimentou cerca de R$ 27 milhões em dois anos. Famosos como Sheila Mello e Henri Castelli foram involuntariamente envolvidos na divulgação dos sorteios, transmitidos ao vivo pela internet. No entanto, investigações indicam que esses artistas foram enganados pelos operadores do esquema, não tendo participação direta no golpe.

É proibido vender rifas no Brasil?
No Brasil, a venda de rifas é regulamentada de maneira restrita. Apenas entidades específicas como organizações filantrópicas, igrejas e outras instituições sem fins lucrativos têm permissão para realizar rifas. Qualquer sorteio que não siga as regulamentações estabelecidas pela Lei 5.768/1971 e o Decreto 70.951/1972 é considerado ilegal. A legislação visa garantir que a atividade não seja utilizada para fins fraudulentos e que as arrecadações sejam destinadas a causas beneficentes.
Como funciona a regulamentação das rifas beneficentes?
As rifas beneficentes precisam obter autorização do Ministério da Fazenda, através da Secretaria de Prêmios e Apostas. O processo inclui a submissão de documentação detalhada e o pagamento de taxas específicas. A solicitação é feita pelo Sistema de Controle de Promoções Comerciais (SCPC), gerido em conjunto pelo Ministério da Fazenda e o Serpro. A regulamentação garante que as rifas sejam conduzidas de forma transparente e que os fundos arrecadados sejam destinados exclusivamente a objetivos filantrópicos.
Quais são as regras para sorteios autorizados?
Para que um sorteio seja legalmente autorizado, ele deve cumprir várias exigências:
- Não é permitida a distribuição de prêmios em dinheiro.
- Apenas pessoas jurídicas como empresas e organizações da sociedade civil podem realizar sorteios.
- Sorteios com fins beneficentes só podem ser promovidos por organizações filantrópicas.
- Os resultados dos sorteios devem ser vinculados às extrações das Loterias Federais.
Essas regras visam assegurar a integridade dos sorteios e evitar fraudes. A distribuição de prêmios em dinheiro, por exemplo, é proibida para evitar a lavagem de dinheiro e outras atividades ilícitas. Empresas e organizações da sociedade civil que desejam realizar sorteios devem cumprir rigorosamente essas normas para operar dentro da legalidade.
Por que a regulamentação é importante?
A regulamentação de rifas e sorteios no Brasil não só protege os consumidores, mas também garante que essas atividades sejam conduzidas de forma ética e destinada a objetivos nobres. Sem essas regras, haveria um aumento significativo de fraudes, onde indivíduos poderiam ser levados a acreditar em prêmios falsos. Além disso, a regulamentação assegura que os fundos gerados por essas atividades sejam corretamente canalizados para fins benéficos, como apoio a instituições caritativas e filantrópicas.