O especialista em tecnologias disruptivas, Guga Stocco, compartilhou sua visão sobre o futuro das fintechs, tokenização e o uso de inteligência artificial em entrevista ao SARACAST, destacando tendências que estão transformando o mercado financeiro. Com uma longa trajetória no setor, Guga apontou o papel essencial da inovação tecnológica e como ela influencia o comportamento dos grandes bancos e novos entrantes.
A trajetória de Guga Stocco no mercado de tecnologia
“Eu comecei em banco de investimento, passei pela Deloitte e depois vendi minha empresa de marketing digital para o Yahoo em 2003”, relata Guga, destacando seu início em um momento em que o Google ainda não dominava o mercado de links patrocinados. A venda foi um marco em sua carreira, abrindo portas para sua entrada na Microsoft, onde ajudou a criar o Bing e outras ferramentas digitais.
Após esse período, Stocco ingressou no universo de venture capital, investindo em startups promissoras como Loggi, PicPay e Hotmart. “No primeiro fundo, tivemos três unicórnios”, comentou, enfatizando a importância de apostar em empresas disruptivas e com grande potencial de crescimento.
O impacto da tokenização e novas formas de investimento
A tokenização, segundo Guga, é uma das maiores transformações em curso no mercado financeiro. “Estamos transformando ativos ilíquidos em líquidos, como imóveis, através da tokenização”, afirmou. Esse movimento permite que qualquer pessoa tenha acesso a frações de ativos antes inacessíveis, democratizando investimentos e trazendo mais liquidez ao mercado.
Ele também destacou o potencial de crescimento desse tipo de tecnologia. “Você pode tokenizar um imóvel e oferecer rentabilidade proporcional aos investidores”, exemplificou. Para Guga, esse modelo revolucionará a forma como as pessoas investem, integrando diferentes classes de ativos com maior facilidade e transparência.
A ascensão da inteligência artificial e a transformação digital
Stocco acredita que a inteligência artificial será um divisor de águas. “Se você não aprender a trabalhar com IA, vai ficar para trás”, advertiu, reforçando que as empresas que não se adaptarem a essa nova realidade enfrentarão grandes dificuldades. Ele vê o desenvolvimento de produtos cada vez mais simples e eficientes como uma tendência clara.
“Em breve, teremos robôs inteligentes no nível de um iPhone, em nossas casas, fazendo parte do dia a dia”, acrescentou, evidenciando como a IA pode transformar desde tarefas simples até a criação de novos modelos de negócio.
Bancos tradicionais precisam se adaptar
Em sua visão, o setor bancário tradicional ainda tem muito a aprender com as fintechs. “Quando criamos o banco digital Original, abrir uma conta pelo celular era algo inimaginável para os grandes bancos”, disse. Hoje, instituições como Nubank e Inter mudaram o jogo, forçando gigantes como Itaú e Bradesco a acelerar sua digitalização para atender um público cada vez mais conectado.
Segundo Guga, o futuro está na integração de diferentes serviços financeiros e na adaptação rápida a novas demandas tecnológicas. “O Itaú fez um movimento importante ao trazer pessoas de startups para seu conselho, entendendo que precisa se adaptar a essa nova realidade digital”, ressaltou.
Oportunidades para empreendedores no mercado financeiro
Guga Stocco concluiu com um conselho para empreendedores e investidores. “Quem quer criar sua startup no setor financeiro deve apostar em tecnologias que simplifiquem processos e ofereçam melhores experiências para o usuário”, disse. Ele acredita que o uso de inteligência artificial e tokenização abrirá um novo campo de oportunidades para negócios que consigam combinar inovação e simplicidade.