A comunicação do Banco Central (BC) com o mercado foi destaque em uma recente discussão envolvendo o economista Galípolo, indicado à presidência da instituição, e o atual presidente, Roberto Campos Neto.
Em participação no programa Pré-Market, a economista-chefe da CM Capital, Carla Argenta, comentou os desafios enfrentados pelo BC ao alinhar expectativas sobre juros e inflação, especialmente diante das diferentes posturas dos membros da diretoria.
Segundo Argenta, a indicação de Galípolo gerou questionamentos no mercado sobre sua capacidade de manter a independência frente ao Poder Executivo. No entanto, sua atuação como membro do Comitê de Política Monetária (Copom) ao longo do último ano demonstrou um esforço para reafirmar essa independência.
Recentemente, Galípolo adotou um tom mais rígido na comunicação, buscando reforçar a credibilidade do BC, em contraste com a postura mais moderada de Campos Neto.
“Embora haja divergências nos discursos, principalmente em relação à intensidade da condução da política monetária, há uma clara convergência nas metas da instituição”, afirma Argenta. Ela destacou que o Banco Central tem sido eficaz ao manter a credibilidade e seguir seus objetivos, o que é bem visto pelos investidores.
A economista também mencionou que, apesar das diferenças no tom adotado pelos dirigentes, o mercado tem refletido essas variações nas expectativas de juros, o que faz parte do processo. “O importante é que o BC continue focado na sua missão de garantir a estabilidade econômica, e isso tem sido feito de forma assertiva”, conclui Argenta.