Segundo a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM), cerca de 40 mil brasileiros são diagnosticados com essa doença, sendo a maioria mulheres entre 18 e 30 anos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que quase três milhões de pessoas no mundo todo convivem com a Esclerose Múltipla.
O que é a esclerose múltipla (EM)? Como ocorre?
A esclerose múltipla (EM) é uma doença crônica do sistema nervoso central, ou seja, afeta o cérebro e a medula espinhal. É uma doença autoimune, o que significa que o próprio sistema imunológico do corpo ataca as células saudáveis.
Como a EM funciona:
- Mielina: As células nervosas são envoltas por uma substância chamada mielina, que funciona como uma capa isolante, permitindo a rápida transmissão dos sinais nervosos.
- Ataque autoimune: Na EM, o sistema imunológico ataca a mielina, danificando-a. Isso interrompe a comunicação entre o cérebro e o corpo, causando os diversos sintomas da doença.
- Placas: As áreas danificadas pela inflamação são chamadas de placas. Essas placas podem aparecer em diferentes partes do cérebro e da medula espinhal, causando sintomas variados.
Quais são os sintomas da EM?
Os sintomas da EM podem variar muito de pessoa para pessoa e podem mudar ao longo do tempo. Alguns dos sintomas mais comuns incluem:
- Fadiga: É um dos sintomas mais comuns e debilitantes da EM.
- Problemas de visão: Visão dupla, embaçada ou perda parcial da visão.
- Formigamento e dormência: Sensação de “pins e agulhas” em diferentes partes do corpo.
- Fraqueza muscular: Dificuldade para andar, subir escadas ou realizar atividades cotidianas.
- Problemas de coordenação: Dificuldade para manter o equilíbrio e realizar movimentos precisos.
- Espasmos musculares: Contrações musculares involuntárias.
- Problemas de bexiga e intestino: Incontinência urinária ou fecal, dificuldade para urinar ou evacuar.
- Vertigens e tonturas.
- Problemas de fala: Dificuldade para articular as palavras ou falar de forma clara.
- Depressão e ansiedade: São comuns em pessoas com EM devido às mudanças na qualidade de vida.
O desafio do diagnóstico da Esclerose Múltipla
De acordo com a neurologista Jéssica Rodrigues, um dos maiores desafios com a Esclerose Múltipla é justamente o diagnóstico. “Ela acomete principalmente adultos jovens, especialmente mulheres em idade fértil. Os sintomas variam conforme a área afetada no cérebro ou na medula espinhal”, explica a especialista.
- O diagnóstico é predominantemente clínico e conta com o auxílio de ressonância magnética para confirmar a presença da doença.
Os sintomas da Esclerose Múltipla variam dependendo de qual área do sistema nervoso está sendo afetada. Se os nervos ópticos são atingidos, o paciente pode experimentar desde visão dupla até uma cegueira completa. Quando o cerebelo é comprometido, os sinais incluem tontura e desequilíbrio. Por fim, afetando a medula espinhal, pode causar fraqueza, alterações na sensibilidade e disfunção dos esfíncteres.
Quais são os tratamentos disponíveis?
A neurologista destaca a evolução no tratamento da Esclerose Múltipla, impulsionada pelo avanço da medicina. “Temos medicações mais antigas, como injetáveis subcutâneos e intramusculares, e também opções mais recentes como infusões endovenosas, subcutâneas e medicamentos via oral. Essas novas medicações permitem que o tratamento seja realizado adequadamente sem a necessidade de deslocamento para um centro de infusão,” explica Jéssica Rodrigues.
Os tratamentos visam a imunossupressão, impedindo o corpo de criar autoanticorpos que danificam as células do próprio organismo, característica principal da doença autoimune.
Esclerose Múltipla no Brasil
No Brasil, a ABEM trabalha arduamente para aumentar a conscientização e melhorar a qualidade de vida das pessoas diagnosticadas com Esclerose Múltipla. A campanha Agosto Laranja é uma parte crucial desses esforços, promovendo atividades e distribuindo informações importantes para a população entender melhor a doença e identificar seus primeiros sinais.
Conscientização e diagnóstico precoce são fundamentais para o efetivo tratamento da Esclerose Múltipla.