O Tesouro Nacional informou que o Governo Central registrou um déficit de R$ 9,283 bilhões em julho, superando as expectativas do mercado. A mediana das estimativas de economistas consultados pelo Broadcast apontava para um déficit de R$ 7,135 bilhões, com projeções variando entre R$ 12,2 bilhões de déficit e um possível superávit de R$ 200 milhões. No acumulado de 2024 até julho, o déficit chegou a R$ 77,858 bilhões.
Apesar do resultado negativo, o Tesouro (incluindo o Banco Central) registrou um superávit primário de R$ 13,173 bilhões no mês, enquanto o INSS apresentou um déficit significativo de R$ 22,456 bilhões e o Banco Central, um déficit de R$ 327 milhões. No acumulado dos últimos 12 meses, o déficit primário do Governo Central corresponde a 2,04% do Produto Interno Bruto (PIB).
Em termos de arrecadação, as receitas tiveram alta real de 9,5% em julho, enquanto as despesas caíram 6,0%, em comparação ao mesmo mês de 2023. No acumulado do ano, as receitas cresceram 8,6%, e as despesas aumentaram 7,8% em termos reais, comparando com o mesmo período do ano anterior.
O Tesouro também divulgou que o indicador de Receita Líquida Ajustada (RLA) — usado para definir o limite anual de despesas no Orçamento da União, conforme o novo arcabouço fiscal — fechou julho em 6,58%. Esse indicador expurga fontes voláteis, como concessões, dividendos e royalties, para suavizar variações inesperadas nas receitas.
A combinação de alta nas receitas e contenção de despesas obrigatórias, que somaram 18,3% do PIB nos últimos 12 meses, foi destacada pelo Tesouro como uma estratégia fundamental para equilibrar as contas públicas no longo prazo, dentro do novo arcabouço fiscal.