As agências de rating desempenham um papel central no mercado financeiro, avaliando o risco de crédito de empresas e influenciando diretamente a confiança dos investidores. Essas avaliações são essenciais para determinar a capacidade de uma empresa de honrar suas dívidas e podem impactar o acesso a financiamentos. Em entrevista ao BM&C News, Cássio Rufino, COO e CFO da MZ, explicou como as empresas podem se preparar para essas avaliações e destacou a importância da comunicação e da gestão financeira preventiva.
As agências de rating são entidades jurídicas registradas pela CVM, o que garante transparência e qualidade das informações fornecidas. “Elas ajudam a determinar a capacidade das empresas emissoras de cumprir suas obrigações financeiras”, afirmou Rufino, acrescentando que essas avaliações afetam não apenas as empresas, mas toda a economia.
Rufino enfatizou a importância da comunicação eficaz entre as empresas e as agências. Para ele, “a comunicação vai muito além da simples divulgação da informação”. Ele defendeu que as empresas devem construir “uma narrativa clara e convincente sobre a saúde financeira da empresa”. Essa transparência permite que as agências compreendam a realidade financeira das empresas, o que pode influenciar diretamente as classificações de risco.
Quanto à preparação das empresas para evitar rebaixamentos de classificação, Rufino apontou a necessidade de uma “gestão financeira robusta”, com monitoramento rigoroso do fluxo de caixa e do nível de endividamento. Ele destacou que manter uma “comunicação clara e frequente” com as agências de rating é fundamental para garantir uma “compreensão precisa da estratégia e condição financeira da empresa”.
Rufino ainda sugeriu que as empresas antecipem potenciais riscos e adotem uma abordagem preventiva. “Tomada de decisão preventiva ajuda a alinhar expectativas e a evitar rebaixamentos”, explicou.
Por fim, Rufino abordou a importância de uma reestruturação financeira estratégica nos momentos de dificuldade. “Essa reestruturação eficaz vai demonstrar o compromisso e a responsabilidade para com os credores e investidores”, afirmou, observando que esse tipo de ação pode mitigar impactos negativos nas classificações das agências de rating. Ele concluiu que, com um bom planejamento e comunicação, as empresas têm mais chances de sucesso ao passar por avaliações das agências de risco.