O Ibovespa conseguiu fechar em alta nesta segunda devido a Petrobras. A gigante da bolsa chegou a subir mais de 9%, ao gosto da alta do petróleo e de recomendação de banco americano. Dessa forma a petroleira roubou a cena, portanto, em meio às dúvidas de sempre sobre juros, aqui e nos EUA.
Segundo análise de Hemelin Mendonça, especialista em mercado de capitais e sócia da AVG Capital, com o Ibovespa subindo influenciado por ações de peso do índice em alta como Petrobras e Vale. Petro em alta, devido à alta do petróleo, após a Líbia anunciar a suspensão da produção por disputa entre grupos rivais, e em razão do recrudescimento da crise entre Israel e o Hezbollah e logo após o CNPE (conselho nacional de política energética) definir a Petrobras como operadora do bloco Jaspe que será licitado sob regime de partilha.
Além da alta do petróleo também tivemos a alta dos preços futuros do minério e ferro na China, o que fez com que Vale, CSN Mineração e siderúrgicas subissem.
Entre as quedas, temos MGLU3, pois é uma ação mais sensível a juros. Como juros futuros estão em alta e o sentimento de cautela nos mercados prevalece, a varejista sofre nesse cenário, além do dólar também estar em alta.
CVC também em queda, devido a informação dada ao mercado na sexta-feira que a WNT (gestora dos fundos de investimentos da empresa) reduziu a participação do capital social para 3,34%. Além disso, a alta do dólar também estimula a queda do papel, pois desestimula a compra de viagens no exterior.
Além disso, tivemos falas de Galípolo hoje de manhã, que também movimentaram o mercado, de que o BC está conservador e vigilante diante da política monetária, devido a economia do país estar resiliente e dinâmica e que isso da sinais que a economia brasileira está diferente da dos EUA que está dando sinais de desaceleração. Também tivemos falas de Haddad dizendo que a Câmara dos Deputados e o Senado prometeram aprovar diversos projetos para melhorar o ambiente de negócios do país, e diz que o PIB do final do ano pode surpreender o mercado de uma maneira positiva.
Essa semana será cheia de dados. Na quarta teremos divulgação de resultados trimestrais da Nvidia, que mostrará sobre o andar das ações de tecnologia, e na sexta o PCE dos EUA de julho, que mostrará as altas de preços. Lembrando que é o indicador de inflação mais olhado pelo FED.
As falas de Roberto Campos Neto sobre a inflação devem repercutir na semana. Ele demonstrou que pode ser sim que tenha um aumento na SELIC para que a meta da inflação seja atingida, e para que a sensação de risco fiscal entre os investidores seja mitigada.
Na sexta-feira, Powell também falou no Jackson Hole sobre o corte na taxa de juros, e se os próprios dados do PCE vierem em linha com o esperado, já estará mais do que certo esse corte em setembro. Agora o mercado está de olho se o corte será de 0,25 ou de 0,50 pp. Além disso, os dados do PCE dirão se a economia norte-americana está saudável ou em recessão, e mostrará com que rapidez o Fed terá de reduzir os juros para evitar o que Powell chamou de “enfraquecimento indesejado das condições do mercado de trabalho”.
Com essas falas de Powell, os ativos de risco voltaram a ser negociados, e fez com que as bolsas voltassem a subir.
O ministro do trabalho e Emprego, Luiz Marinho, informou nessa manhã que os dados do Caged de julho virão fortes, a expectativa é de criação líquida de 190mil vagas, o que corrobora com a fala de Campos Neto sobre nossa economia estar aquecida e que deve se manter a cautela diante do cenário de manter os juros inalterados ou ser mais duro e subir a taxa.
Confira abaixo os dados de fechamento do Ibovespa e demais índices
- Ibovespa: 136.888,71 (-0,94%)
- S&P 500: 5.616,94 (-0,31%)
- Nasdaq: 17.725,77 (-0,85%)
- Dow Jones: 41.240,52 (+0,16%)
- Dólar: R$ 5,49 (+0,24%)
- Euro: R$ 6,12 (-0,05%)