A greve dos servidores do INSS já dura 42 dias, tendo iniciado no dia 10 de julho. A paralisação afeta não apenas o atendimento nas agências, mas também a análise e concessão de benefícios como aposentadorias, pensões e auxílios, muitos dos quais são realizados de maneira remota. As negociações com o governo federal têm sido marcadas por desacordos e falta de entendimento sobre a reestruturação de carreira, principal demanda dos servidores.
Os servidores do INSS argumentam que as propostas apresentadas pelo governo no dia 9 de agosto, que incluem reajuste salarial e incorporação de gratificações, não atendem plenamente às solicitações da categoria. Segundo a Fenasps (Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social), o reajuste oferecido é insuficiente e não chega a todos os profissionais do setor.
Reestruturação de Carreira: Centro das Reivindicações

Um dos pontos centrais da greve é a reestruturação da carreira dos servidores do INSS. Entre as demandas estão:
- Exigência de ensino superior para o cargo de técnico do seguro social.
- Atribuições exclusivas para os servidores que fazem parte da Carreira do Seguro Social.
Conforme a Fenasps, essas mudanças são fundamentais para valorizar os profissionais e melhorar os serviços prestados à população.
Impactos da Greve nas Agências do INSS
A paralisação já teve um impacto significativo. Segundo dados do INSS, mais de 100 mil pessoas deixaram de ser atendidas nas 1.572 agências distribuídas pelo país. Além disso:
- Cerca de 4 mil perícias médicas foram reagendadas.
- A fila de espera para o reconhecimento inicial de benefícios aumentou de 1,3 milhão para mais de 1,5 milhão de pessoas, um crescimento de 11%.
Em resposta à greve, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou no dia 25 de julho que 85% dos servidores do INSS devem continuar atendendo ao público durante a paralisação, sob pena de multa diária de R$ 500 mil.
Como a Greve do INSS Afeta os Beneficiários?
Para os segurados do INSS, a greve tem causado diversos transtornos. A alta na fila de espera e o reagendamento de perícias médicas amplificam a dificuldade no acesso aos benefícios. Muitos dependem desses recursos para o sustento próprio e de suas famílias, exacerbando a urgência de uma solução rápida e efetiva.
Medidas e Denúncias dos Sindicatos
O Sindicato dos Trabalhadores do Seguro Social e Previdência (SINSSP-BR) intensificou as ações ao denunciar o governo federal à Organização Internacional do Trabalho (OIT) no dia 17 de julho. O sindicato afirma que o acordo de greve de 2022, que estabelecia compromissos claros com a reestruturação de carreira, não está sendo respeitado.
Além disso, no dia 20 de julho, servidores ocuparam o prédio da superintendência do INSS em São Paulo. O SINSPREV-SP informou que essa medida extrema foi tomada diante da intransigência do governo em negociar as pautas de reivindicações.
Quais São as Expectativas Futuras?
Os próximos passos das negociações ainda são incertos. Enquanto a greve continua, a esperança é que o governo federal possa atender satisfatoriamente às reivindicações dos servidores, principalmente no que se refere à reestruturação de carreira. O fim do impasse é necessário para que os serviços do INSS voltem à normalidade e para que os beneficiários possam contar com o atendimento e os benefícios essenciais para suas vidas.
Manter-se informado sobre as atualizações desse conflito e seus desdobramentos é crucial para todos os envolvidos, direta ou indiretamente, nas questões que envolvem a previdência social no Brasil.