A possibilidade de um aumento na taxa Selic divide opiniões entre economistas, com visões que refletem diferentes interpretações do cenário econômico atual. A economista Ariane Benedito, em entrevista ao BM&C News, defendeu que, apesar das pressões inflacionárias, não há necessidade de elevação da taxa de juros. Ela argumenta que o crescimento econômico esperado para o segundo semestre será menor, o que reduzirá a pressão sobre a inflação, mantendo-a sob controle com as atuais projeções de juros. “Eu sou do grupo que não vê riscos aumentados por uma necessidade de um aumento de juros”, destaca Ariane que ainda afirma que, mesmo com a inflação próxima da banda superior, a magnitude dos juros atuais é suficiente para manter a inflação dentro da meta.
Por outro lado, o economista VanDyck Silveira acredita que uma alta de juros é necessária e plausível, dado o que ele classifica como uma situação fiscal “fora de controle” no Brasil. Silveira enfatiza que os gastos obrigatórios, como previdência e transferências de renda, estão pressionando a economia, e que uma elevação da taxa de juros seria a única forma eficaz de enfrentar essa pressão. Ele mencionou: “A situação fiscal do Brasil está fora de controle. 12% é perfeitamente plausível.”
Já Gustavo Sung adota uma postura mais cautelosa. Ele reconhece que a probabilidade de uma elevação da taxa de juros está no radar, mas prefere esperar por mais dados antes de afirmar se essa alta ocorrerá. Sung afirmou que “a elevação de taxa de juros é o nosso cenário, por enquanto, pessimista,” acrescentando que “estamos no momento de aguardar os próximos dados para poder entender se teremos realmente um cenário pessimista de elevação de 25 base points em setembro.”
Com essas diferentes perspectivas, o mercado financeiro segue atento às próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) e à divulgação de novos dados econômicos, que podem influenciar a direção da política monetária no Brasil. A próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) ocorre nos dias 17 e 18 de setembro de 2024.