As eleições presidenciais dos Estados Unidos estão a todo vapor, com Kamala Harris ganhando destaque nas pesquisas. Contudo, a candidata democrata enfrenta críticas em relação às suas propostas econômicas.
No programa BM&C News de ontem (19), o economista VanDyck Silveira analisou sobre a corrida eleitoral e os desafios que a economia americana enfrenta.
Segundo Silveira, Harris lidera nas pesquisas em pontos relacionados à preocupação com a população, algo que também foi decisivo nas campanhas de Barack Obama.
No entanto, quando o assunto é economia, a candidata perde terreno para Donald Trump, que se destaca nas questões econômicas e migratórias. “Harris tenta se diferenciar com propostas que, embora populistas, carecem de eficácia na prática”, afirmou.
Uma das críticas mais contundentes de Silveira refere-se à defesa de Harris pelo tabelamento de preços, especialmente de itens alimentares e aluguéis.
O economista alertou que essa medida pode gerar sérios problemas, como a alta da inflação e a escassez de produtos, com base em experiências anteriores no Brasil e em outras economias globais. “Sempre que congelamos preços, o resultado foi catastrófico”, disse, citando exemplos da década de 1980 no Brasil.
Silveira também destacou o impacto da política monetária frouxa adotada nos EUA nos últimos 15 anos. Desde a crise financeira de 2008, o país injetou trilhões de dólares na economia, o que, segundo ele, impulsionou a inflação atual. “O crescimento econômico é bom, mas o tipo de crescimento gerado pela alta liquidez pode ser problemático”, explicou.
A imigração ilegal foi outro ponto abordado por Silveira. Harris, que foi designada para liderar os esforços de controle fronteiriço pelo governo Biden, tem recebido críticas por sua “atuação pífia” na contenção da imigração ilegal.
Silveira ressaltou que o aumento no número de imigrantes ilegais está contribuindo para a alta taxa de desemprego nos EUA, apesar de o país ainda estar em uma situação de quase pleno emprego.
O economista também alertou para os perigos de cortes precipitados na taxa de juros. Ele relembrou um episódio histórico, quando cortes inadequados levaram a uma inflação ainda maior nos EUA, exigindo aumentos drásticos nas taxas de juros posteriormente. “Minha grande preocupação é que uma decisão errada agora possa gerar uma recessão futura”, concluiu.